Combate à corrupção tem o apoio da Bélgica
Ajuda belga vai ter como foco a formação de quadros dos ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos e do Interior
O Reino da Bélgica vai juntar-se aos esforços do Executivo angolano no combate à corrupção, que considera uma das “bandeiras” da governação do Presidente João Lourenço.
Em declarações prestadas à imprensa, o embaixador do Reino da Bélgica em Angola, Jozef Smets, afirmou que a ajuda do Governo que representa vai ter como foco a formação de quadros dos Ministérios angolanos da Justiça e dos Direitos Humanos e do Interior.
O diplomata, que falava à margem da “Belgian Business Club in Angola”, iniciativa que reúne mensalmente empresários dos dois países, disse que essa aposta do Governo belga visa fortalecer as capacidades de Angola no combate à corrupção.
“A luta contra a corrupção está a acontecer em vários países da África Austral e incentivamos a iniciativa”, referiu Jozef Smets, citado pela Angop, sublinhando que a Bélgica e outros Estados-membros da União Europeia estão de acordo com esse combate.
Segundo o embaixador, regista-se um diálogo aberto com as autoridades angolanas, enaltecendo a diplomacia do país que está a fazer um trabalho que considerou notável.
Jozef Smets disse tratarse de um trabalho que está a fortalecer a estabilidade a nível da Região dos Grandes Lagos e a criar um bom ambiente de negócios.
Para o diplomata, Angola será sempre um parceiro importante a nível da região. Em termos comerciais, admitiu que o volume de importação e exportação “não foi muito bom”, devido à conjuntura que Angola registou durante o ano passado. Os sectores portuário, diamantífero e da Energia e Águas são os que mais interessam os empresários belgas que investem e pretendem investir em Angola.
Durante o encontro, o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, falou sobre a situação macroeconómica do país e dos passos para a melhoria do ambiente de negócios.
O apoio americano
O secretário de Estado norteamericano, Mike Pompeo, garantiu, este mês, em Luanda, que a Administração do Presidente Donald Trump vai apoiar o Executivo angolano no processo de repatriamento de capitais desviados para o exterior de forma ilegal, por via de esquemas de corrupção.
Ao falar numa conferência de imprensa realizada no edifício-sede do Ministério das Relações Exteriores, depois do encontro de trabalho com o homólogo angolano e de uma audiência com o Presidente da República, João Lourenço, o chefe da diplomacia norte-americana sublinhou que o seu país vai apoiar Angola neste processo. “Ajudamos os países de todo o mundo. Queremos que todas as transacções no mundo sejam transparentes”, disse.
Mike Pompeo realçou que os Estados Unidos da América, quando verificam a ausência de transparência, usam os seus recursos para corrigir essas acções. “E é isso que faremos para auxiliar
Angola”, assegurou Mike Pompeo, prometendo que os EUA vão, também, auxiliar o Governo angolano a melhorar o nível de prosperidade, segurança e paz.
“Vim a Angola por um motivo muito especial: existe uma oportunidade imensa e a América quer fazer parte desse processo, auxiliandoa na melhoria do nível de prosperidade, segurança e paz, o que também beneficiará os Estados Unidos da América”, disse.
Pompeo reconheceu que o continente africano tem registado um aumento no investimento privado e estrangeiro e assegurou que o investimento americano é transparente, limpo e não impõe ónus de dívidas que os países não tenham capacidade de resolver, ao contrário do modelo chinês. “Queremos fazer algo que seja positivo para as nossas empresas e para o povo angolano”, assinalou Mike Pompeo.
Igreja do 7º Dia
Quem também apoia o combate à corrupção em Angola é a Igreja Adventista do 7º Dia. O líder máximo daquela igreja, Ted Wilson, encorajou, também neste mês, em Luanda, o Presidente da República, João Lourenço, a prosseguir com o combate à corrupção e elogiou a sua determinação e coragem por ter dado início ao processo.
O presidente da Igreja Adventista foi peremptório em afirmar que os passos dados até aqui são bastante importantes nesse âmbito, deixando expresso que os fiéis adventistas devem apoiar o país”. “Tudo aquilo que for verdadeiro e honesto, puro e amoroso e de boa reputação, se nela houver virtude, pense nele. É um texto em que o Presidente pode se apegar neste combate à corrupção”, sugeriu, na ocasião, o religioso.
“A luta contra a corrupção está a acontecer em vários países da África Austral e incentivamos a iniciativa”