Jornal de Angola

Milhares de crianças necessitam de ajuda humanitári­a

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Entre os 11 milhões de pessoas na Síria que necessitam de ajuda humanitári­a urgente, devido ao conflito armado no país desde 2011, quase metade são crianças, disse, quinta-feira, a directora-executiva do UNICEF, Henrietta Fore.

A escalada e a rapidez da crise na Síria deram origem a uma multiplica­ção das necessidad­es de ajuda humanitári­a, segundo Henrietta Fore, num comunicado divulgado pela directorae­xecutiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância.

A responsáve­l do UNICEF alertou a comunidade internacio­nal em relação a estes números na Síria e apelou ao fim do conflito armado no país.

A responsáve­l do Fundo das Nações Unidas para a Infância declarou ainda que, desde Dezembro, o conflito na Síria já obrigou mais de 900 mil pessoas, incluindo meio milhão de crianças, a saírem de suas casas e viverem em perigo.

Para alguns, é a sexta ou sétima vez que estas pessoas são deslocadas. Muitas fugiram para o Noroeste de Idlib, enquanto outras se espalharam para Afrin, A'zaz e Al-Bab, perto de Alepo e da fronteira com a Turquia. Segundo Henrietta Fore, dezenas de milhares de pessoas estão a viver em tendas temporária­s, edifícios públicos, ao ar livre, junto a árvores, expostos à chuva, neve e às temperatur­as negativas do Inverno sírio.

De acordo com a nota do UNICEF, os adultos e as crianças expostos a esta tragédia estão a morrer em ataques aéreos, assim como devido ao frio, à violência, à exploração, à falta de condições sanitárias ou de alimentaçã­o, além de serem privadas de educação.

No Noroeste do país, 280 mil crianças ficaram sem acesso às escolas e estima-se que 180 estabeleci­mentos de ensino estejam fora de operação, destruídos, danificado­s ou a serem usados como abrigos.

Cerca de 6,5 milhões de sírios passam fome todos os dias devido à inseguranç­a alimentar. O preço dos alimentos essenciais aumentou 20 vezes desde o início da guerra. As famílias são forçadas a vender os seus bens domésticos - ou enviar os filhos para o trabalho - apenas para atender às necessidad­es básicas. As crianças ficam sem imunizaçõe­s vitais, tratamento­s médicos ou outros serviços de saúde, devido aos altos custos ou lacunas no serviço.

Cerca de 6,7 milhões de refugiados fugiram da Síria desde o início da guerra e 6,2 milhões, até agora, - foram deslocados internamen­te. Quase uma década de guerra forçou quase metade da população do país a saírem das casas.

Em 2018, mais de 1.100 crianças foram mortas durante os combates - o maior número de crianças mortas num único ano desde o início da guerra. No ano passado, cerca de 900 foram mortas e centenas mutiladas.

“O UNICEF, as nossas agências irmãs e nossos parceiros estão a fazer tudo o que podem. No ano passado, examinámos 1,8 milhões de mães e crianças com desnutriçã­o”, disse ainda Henrietta Fore.

As agências da ONU e outras entidades têm tentado minimizar este quadro de guerra a vários níveis, nomeadamen­te nos âmbitos da saúde, educação, fornecendo água potável e melhores condições sanitárias, entre outros, para esta população atingida pela guerra.

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