Mais de 33 mil mulheres aderem ao método de planeamento familiar
Mulheres em idade considerada fértil fizeram o controlo da natalidade, na província do Huambo, utilizando a injecção “Sayana”, que é um metódo muito avançado em relação aos outros
Um total de 33.098 mulheres, consideradas em idade fértil, aderiu, na província do Huambo, ao novo método de planeamento familiar, à base de injecção “Sayana”, que está a ser ministrado em diversas unidades hospitalares, contrariamente ao habitual, como a pílula, injecção de Depo-Provera e Jadelle, este último vulgarmente conhecido por “chip”.
Os dados foram avançados ao Jornal de Angola pela chefe do Programa de Saúde Materno-Infantil da província do Huambo, Adelina Bonga, para quem o novo método de planeamento familiar contribuiu significativamente para a adesão de muitas mulheres às consultas.
“O método de planeamento familiar Sayana é muito avançado em relação aos outros, e pode ser aplicado por injecção pela própria paciente, por via subcutânea, na coxa ou abdómen”, explicou Adelina Bonga, revelando que, no mês passado, 2.311 mulheres aderiram, pela primeira vez, ao planeamento familiar, enquanto em 2019 os números cifraram-se em 39.735 mulheres.
Em termos de faixa etária em relação à adesão ao planeamento familiar, Adelina Bonga informou que, no ano passado, 19.884 mulheres, entre 18 e 45 anos, fizeram consultas pré-natal pela primeira vez e 165.541 estiveram em hospitais para assistência de rotina.
“A julgar pelos números, podemos dizer que as mulheres na província do Huambo estão a ter consciência da importância do planeamento familiar, o método que contribui para evitar filhos indesejados”, disse.
“Convém lembrar”, acrescentou, “que as mulheres podem fazer o planeamento familiar entre os 8 e 45 dias após o parto, evitando, deste modo, uma nova gravidez em menos de um ano, pois ter filhos num intervalo muito curto pode comprometer a saúde da mãe e do bebé.
Nestas condições, as complicações da gravidez, como por exemplo num espaço de seis meses, podem provocar sangramento vaginal, ruptura prematura da placenta e inflamação no endométrico, chamado por bainha mucosa, que reveste a parede uterina”.
A ausência nas consultas pré-natal, elucidou, tem implicações graves para as mulheres gestantes, como as hemorragias pós-parto e partos prolongados, que são as principais causas de morte materna. “Por isso, as mulheres devem submeter-se ao acompanhamento médico para evitar complicações”.
Os homens, realçou, dão pouca importância às consultas de planeamento familiar. Preferem, às vezes, recorrer aos Centros de Acolhimento e Testagem Voluntária (CATV) para fazerem teste de VIH/Sida e receberem, gratuitamente, preservativos, pelo que se aconselha sempre aos casais em idade fértil para irem às unidades sanitárias para se inteirar mais sobre o planeamento familiar.
“As pessoas têm de ter acesso à informação sobre o planeamento familiar, assistência especializada e aos recursos que permitam optar livre e conscientemente por ter ou não filhos”, sublinhou.
“O método de planeamento familiar Sayana é muito avançado em relação aos outros, e pode ser aplicado por injecção pela própria paciente, por via subcutânea, na coxa ou abdómen”