Peter Mutharika confirma candidatura às presidenciais
O Presidente do Malawi, Peter Mutharika, confirmou que se vai candidatar às eleições presidenciais, agora marcadas para 2 de Julho, isto depois de ter feito reajustes no Governo e nas chefias das Forças Armadas
O Presidente do Malawi, Peter Mutharika, confirmou, ontem, a decisão, já anunciada no mês passado, de que vai recandidatar-se às próximas eleições presidenciais de 2 de Julho, reagendadas pela Comissão Eleitoral depois da Justiça ter eliminado as anteriores, por alegações de irregularidades, não reflectindo a “vontade dos eleitores”.
Porém, na altura do anúncio, ontem, divulgado pela Reuters, Mutharika manteve as críticas à decisão do Tribunal Constitucional, que anulou a votação de que diz ter saído vencedor. Há um mês, Mutharika tinha referido, num discurso à nação, que considerava a decisão uma grave subversão da Justiça" e garantia que não apelava para a suspensão da próxima eleição e reiterava estar disposto a fazer campanha e a ganhar.
"Em todas as eleições pode haver irregularidades, mas, no que a estas dizem respeito, descobrimos que as irregularidades foram tão generalizadas, sistemáticas e graves que os resultados eleitorais foram comprometidos", respondeu, na altura, o presidente do colectivo de juízes, Healy Potani, ao ler o veredicto.
Mudanças cirúrgicas
O primeiro sinal de que Peter Mutharika estava disposto a ir de novo a votos foi dada no final de semana, quando demitiu, com efeitos imediatos, o comandante da Força de Defesa do país, o general Vincent Nundwe, e procedeu a mudanças na hierarquia das Forças Armadas.
Vincent Nundwe foi substituído pelo major-general Peter Andrew Lapken Namathanga, que também foi promovido à patente de general.
O líder do Malawi demitiu, igualmente, o vice-comandante da Força de Defesa, o tenente-general Clement Namangale, substituindo-o pelo major-general Davis Sesatino Mtachi, que foi também promovido à patente de tenente-general.
Mutharika nomeou, ainda, o brigadeiro-general Elias Mpaso como comandante do Exército (Forças Terrestres) e o brigadeiro-general Ian Macleod Chirwa como comandante da Força Aérea, enquanto o brigadeiro Francis Blessings Kakhuta-Banda permanece comandante da Força Marítima, mas foi promovido ao posto de major-general.
Mpaso e Chirwa também foram promovidos ao posto de major-general.
Noutras nomeações, o coronel Harrison Kandula agora é vice-comandante da Força Aérea, enquanto o coronel Desmond Chawanda foi nomeado vice-comandante do Exército (Forças Terrestres).
Quase na mesma altura, Mutharika procedeu, também, a algumas mudanças no Governo, trocando as pastas a alguns ministros com o objectivo de dar um sinal claro de que estava a preparar-se para uma nova “batalha política”, o que agora se confirma com o anúncio da participação nas eleições de 2 de Julho próximo.
No princípio de Fevereiro, o Tribunal Constitucional invalidou as eleições presidenciais de Maio do ano passado, que, segundo este, foram vencidas pelo Presidente cessante, Peter Mutharika, com 159 mil votos a mais que o líder da oposição, Larazus Chakwera.
De acordo com os resultados, o presidente do Partido Democrata Progressista, Peter Mutharika, obteve 38,57 por cento dos votos, seguido dos 35,41 por cento obtidos por Lazarus Chakwera, de 64 anos e líder do Partido do Congresso do Malawi.
Em Fevereiro, os juízes do Tribunal justificaram a invalidação do processo eleitoral por causa das "irregularidades sistemáticas e graves", que incluíam o uso de corretor nos boletins de voto e ordenaram novas eleições "dentro de 150 dias".
A escolha do dia 2 de Julho acontece “exactamente 149 dias após a decisão do Tribunal Constitucional”, notou a Comissão Eleitoral, explicando assim a escolha da data.