ONU sugere a suspensão de sanções económicas
das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, sugeriu, ontem, a flexibilização ou suspensão das sanções económicas impostas a países como o Irão, Venezuela, Cuba ou Coreia do Norte “neste período crucial” de pandemia de coronavírus.
“É necessário aplicar amplas e pragmáticas derrogações por razões humanitárias e acordar autorizações rápidas e flexíveis para que os países sancionados possam adquirir equipamentos e bens médicos essenciais neste período em que o mundo vive”, afirmou.
“Neste período crucial, tanto por razões de Saúde Pública global quanto para apoiar os direitos e as vidas de milhões de pessoas nesses países, as sanções sectoriais precisam de ser relaxadas ou suspensas. Nesse contexto de pandemia, dificultar os esforços médicos num outro país aumenta os riscos para todos nós”, acrescentou.
Bachelet insistiu em particular na situação do Irão, um dos países mais afectados pelo novo coronavírus junto à Itália, China e Espanha, e sobre o impacto das sanções nesse país para ter acesso a medicamentos e equipamentos médicos, como respiradores e roupas de protecção para profissionais da Saúde.
Segundo Bachelet, 50 profissionais da Saúde iranianos perderam a vida desde que os primeiros casos foram detectados, há cinco semanas.
Vizinhos do Irão
A comissária está também preocupada com a disseminação do vírus para países vizinhos como o Afeganistão ou o Paquistão.
Além disso, em Cuba, Coreia do Norte, Venezuela e Zimbabwe, as sanções podem dificultar o trabalho médico, segundo Bachelet.
“A maioria desses Estados possui sistemas de saúde frágeis ou instáveis. É essencial progredir no campo dos direitos humanos para melhorar esses sistemas”, acrescentou.
Segundo o último balanço estabelecido pela AFP com base em dados oficiais, o novo coronavírus deixou 16.961 mortos em todo o mundo desde o surgimento, na China, no mês de Dezembro.