Único posto de saúde atende 78 mil habitantes
A unidade sanitária não dispõe de ambulância e carece de equipamentos hospitalares, revelou o administrador
A rede de Saúde Pública do Distrito Urbano da Baia, município de Viana, província de Luanda, não dispõe de nenhum médico e funciona apenas com cinco enfermeiros, para atender uma população de 78.308 habitantes, distribuídos por 16 bairros.
Os cinco enfermeiros em actividade funcionam no único posto de saúde existente no distrito, um défice que preocupa o novo administrador Paulo Maka Zadi, que, numa entrevista concedida ao Jornal de Angola, considerou “crítica” a situação do sector da saúde na circunscrição.
Além de ser o único posto médico, aberto das 8h00 às 16h00, os serviços disponíveis são limitados, devido à exiguidade do imóvel, que era uma moradia, de quatro quartos, que foi adaptada para atender toda a população.
O único posto de saúde não dispõe de ambulância e carece de equipamentos hospitalares, lamentou o administrador Paulo Maka Zadi, reconhecendo que, devido às limitações existentes, não é possível a unidade sanitária pública prestar um serviço à altura das necessidades dos habitantes do Distrito Urbano da Baia.
“Gostaríamos de ter todas as condições criadas para responder à grande procura pela população dos serviços de saúde”, declarou o administrador Paulo Maka Zadi, que mencionou a paralisação, há seis anos, por motivos que disse desconhecer, da construção de um centro de saúde de referência.
O responsável garantiu que “diligências estão a ser feitas para que as obras sejam concluídas”, por se tratar da construção de uma unidade sanitária de que o Distrito Urbano da Baia precisa, porque vai albergar mais serviços de saúde.
Os doentes que chegam em estado crítico ao único posto de saúde em funcionamento são transferidos para várias unidades hospitalares públicas da província de Luanda, sobretudo, para o
Hospital do Kapalanga, por estar mais próximo do Distrito Urbano da Baia.
As patologias registadas com mais frequência no Distrito Urbano da Baia são a malária, a febre tifóide e as diarreias agudas, de acordo com o administrador Paulo Maka Zadi, que lamentou os constrangimentos por que passam, em matéria de saúde, os habitantes do distrito, principalmente os dos bairros mais distantes do posto médico, alguns dos quais, como Caluhôndo e Canginje, estão localizados a sete e 10 quilómetros da sede do distrito, onde está a unidade sanitária.
Devido às limitações existentes, não é possível a unidade sanitária pública prestar um serviço à altura das necessidades
“Através de soluções locais, temos a perspectiva de construir um posto de saúde nos bairros Caluhôndo, Casa Branca e Quela, para atender questões pontuais, que são os primeiros socorros”, anunciou o administrador do distrito.
Paulo Maka Zadi fez rasgados elogios aos agentes de desenvolvimento comunitários, conhecidos pelo acrónimo (ADECOS), pelo trabalho que realizam no Distrito Urbano da Baia, no âmbito da vigilância sanitária.
Os agentes comunitários passam de casa em casa para saber do estado de saúde de cada família e realizam palestras, nas quais dão conselhos úteis sobre os cuidados com a higiene individual e colectiva.
Paulo Maka Zadi lamentou a desistência de alguns agentes comunitário, por já não receberem mais subsídios, depois de ter entrado em falência a instituição que assegurava o seu pagamento.
”É lamentável, porque esses agentes ajudavam-nos muito”, reconheceu o administrador do Distrito Urbano da Baia, no cargo desde o ano passado.