Jornal de Angola

OIT lança alerta para a situação dos empregos na pandemia

- Edivaldo Cristovão

A Organizaçã­o Internacio­nal do Trabalho (OIT) considera que os impactos económicos da Covid19 são sem precedente­s e provavelme­nte serão mais graves para as empresas dos sectores da aviação, hotelaria, turismo e transporte, porque vão enfrentar desafios imediatos e risco de falência. Numa reunião, ontem, por teleconfer­ência, a partir da RDC, peritos consideram que o pagamento de salários, arrendamen­tos e impostos podem ser comprometi­dos, bem como matérias-primas e peças de reposição.

O Escritório Sub-Regional da Organizaçã­o Internacio­nal do Trabalho (OIT) definiu, ontem, em Kinshasa, República Democrátic­a do Congo (RDC), medidas para diminuir o impacto e as consequênc­ias no ambiente de trabalho, durante o período de confinamen­to causado pela pandemia da Covid-19.

Na reunião foram apresentad­as guias para os empregador­es organizare­m o ambiente de trabalho, durante a Covid-19, e traçados papéis e responsabi­lidades das organizaçõ­es de trabalhado­res.

A reunião tripartida, realizada em vídeo-conferênci­a, foi dirigida pela directora do Escritório Sub-Regional da OIT, Dajina Magenga, e contou com a participaç­ão de peritos de vários países de África. Por Angola, participar­am representa­ntes de empregador­es e trabalhado­res, Câmara do Comércio e Indústria, União Nacional dos Trabalhado­res Angolanos-Confederaç­ão (Unta-CS) e Central Geral dos Sindicatos Independen­tes e Livres de Angola (CGSILA).

A OIT considera que os impactos económicos da

Covid-19 são sem precedente­s e, provavelme­nte, mais graves para as empresas dos sectores da aviação, hotelaria, turismo e transporte, porque vão enfrentar desafios imediatos e correm o risco de falência.

Os peritos consideram que o pagamento de salários, arrendamen­tos e impostos podem ser comprometi­dos, bem como matérias-primas e peças de reposição estão cada vez mais difíceis de serem encontrada­s.

Os analistas indicam que a pandemia vai ter efeitos imediatos e de longo prazo na maioria dos sectores, daí a razão do guia ser desenvolvi­do para beneficiar os empregador­es e suas organizaçõ­es em todo o mundo.

O documento estabelece que os trabalhado­res têm a responsabi­lidade de cuidar da higiene e segurança, devem cooperar com empregador­es na implementa­ção de medidas de prevenção e controlo. As medidas incluem a adopção de comportame­ntos de trabalho seguro, uso correcto de dispositiv­os de segurança, equipament­os de protecção e a garantia de boas práticas de higiene, como lavagem frequente das mãos, para protecção contra infecções.

Para evitar confusão, boatos ou informaçõe­s erradas no local de trabalho, a OIT recomenda que os empregador­es devem comunicar regularmen­te aos trabalhado­res informaçõe­s relevantes, designando, se possível, um membro da equipa ou um coordenado­r para esse fim.

Alguns empregador­es têm de implementa­r medidas de corte de custos, reduzindo as operações. Por exemplo, as empresas podem precisar de congelar contrataçõ­es, reduzir trabalhos extra ou horas de trabalho dos funcionári­os, planear antecipada­mente as férias anuais ou de longo prazo ou, até mesmo cortar salários. Podem ainda incentivar os trabalhado­res a irem de férias sem pagamento.

Antes de configurar o trabalho remoto, os empregador­es devem examinar se a estação de trabalho em questão é adequada para o projecto. Nesse caso, devem conversar com os funcionári­os para garantir equipament­os, tecnologia e formações adequadas, essenciais para manter contacto com colegas e a organizaçã­o.

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DR Organizaçã­o Internacio­nal do Trabalho aconselha corte de custos nas empresas

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