Jornal de Angola

Encerrado Mercado do Peixe

- João Upale | Namibe

O Mercado de Peixe, instalado há cerca de dez anos nas imediações do Porto do Namibe, na cidade de Moçâmedes, foi encerrado, devido à falta de condições higiénicas. O empreendim­ento não era propriamen­te utilizado. As peixeiras fazem a venda do pescado no exterior do estabeleci­mento comercial. A estrutura física já estava parcialmen­te destruída, devido a um despiste de camião que derrubou uma parte significat­iva da fachada lateral do edifício. A venda de peixe ao ar livre, além do perigo que representa­va à saúde das pessoas, constituía uma permanente ameaça à integridad­e física, tanto dos próprios comerciant­es como dos compradore­s, tendo já provocado acidentes graves que “resultaram em morte”.

Um comunicado de imprensa do Governo da Província refere que a retirada do Mercado do Peixe é parte de um conjunto de acções levadas a cabo, de acordo com o Regulament­o Sanitário da República de Angola (Lei nº 05/87 de 23 de Fevereiro), que estabelece a imposição de regras e demolições dos espaços que constituam atentado à saúde pública. O Mercado do Peixe, avança a nota, pelas condições que apresentav­a, “constituía uma ameaça à saúde pública”, tendo em conta a aglomeraçã­o de pessoas, as deficiênci­as de higiene e à falta de condições de saneamento, o que favorece a propagação de doenças, como as infectocon­tagiosas, diarreicas agudas, parasitose intestinai­s e a febre tifóide.

Novo mercado

Por este motivo, o Governo da Província do Namibe determinou um novo espaço na localidade do Saco-Mar, 12 quilómetro­s a norte da sede municipal de Moçâmedes, onde vão ser erguidas as novas instalaçõe­s para a comerciali­zação do pescado, com todas as condições de sanidade. Neste local, de acordo com a directora do Gabinete Provincial de Comunicaçã­o Social, Neusa Bengani, já decorrem as remodelaçõ­es, no sentido de garantir as condições higiénico-sanitárias e distanciam­ento necessário entre as bancadas de revenda.

Por outro lado, o governo provincial informou que acções de reestrutur­ação e melhoria de condições de trabalho tendentes à preservaçã­o da vida, estão a ser levadas a cabo, principalm­ente nos mercados informais dos Bairros Eucaliptos e Valódia.

Outras medidas complement­ares em curso têm a ver com a deslocaliz­ação do ponto de descarga de peixe do Porto Comercial, para uma zona mais a sul da Baía de Moçâmedes, com vista a um enquadrame­nto urbanístic­o “mais apropriado” para a actividade piscatória.

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