CARTAS DOS LEITORES
Teatro e quarentena
Nesta altura de quarentena, era bom que a arte de fazer teatro não fosse penalizada, nem que para o efeito se promovessem as peças em que actuam um ou dois personagens e para transmissão televisiva. O teatro anda deixado a sua sorte e escrevo sobre essa realidade, de resto, sobre a qual muitos já se pronunciaram, embora nesta fase as coisas tenham mudado muito de figura. Faço teatro há já alguns anos e defendo que devemos ser mais proactivos na defesa das nossas artes, sobretudo agora que a Covid-19 parece estar a desafiar a todos. Precisamos de nos reiventar enquanto fazedores de arte, quer para entreter, quer para mostrar que, apesar dos pesares, não estamos a nos deixar morrer. Julgo que as entidades que superintendem a cultura deviam levar mais a sério essa questão de deixarmos de ver a cultura em geral e as artes cénicas em particular como “enteadas” do Estado. As outras sociedades só evoluíram positiva e equilibradamente quando souberam dar atenção aos vários sectores da cultura em detrimento do procedimento de dividir o mal pelas aldeias.
Venda de rua
Sou vendedor de rua e escrevo pela primeira vez para o
independentemente da minha condição de comerciante precário para agradecer às autoridades pelo facto de não terem proibido completamente a nossa actividade. A venda de rua é tradicionalmente um costume ancestral do povo e todas as tentativas para o reprimir não podem surtir os efeitos desejados. Trata-se de uma tradição, tolerada e deixada inclusive pelo colono, facto que devia levar as autoridades a aprenderem mais com o passado para a regular, em vez de a reprimir.
Devemos aprender com a água, que não choca contra os seus obstáculos, mas os contorna, desviando e seguindo sempre em frente.
O comércio precário pode ser um grande aliado das autoridades, por via dos impostos e taxas, se houver coragem e vontade política para a regular devidamente.
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ou por e-mail:
JOAQUIM LOPES Sambizanga
Prevenção das chuvas
Muito já se disse sobre as chuvas, obra da natureza contra a qual nada se pode fazer. Hoje, escrevo para falar um pouco sobre a necessidade que as famílias e pessoas individualmente devem fazer para minimizar os efeitos das chuvas. Apenas podemos minimizar o potencial de estragos que as chuvas podem causar, em vez de estarmos permanentemente a “rogar pragas” contra as águas abençoadas de São Pedro. Precisamos de nos anteciparmos às chuvas, em vez de dar a ideia de que não estávamos preparados, quando as chuvas caem e destroem.
Nas comunidades, no interior do país, as administrações municipais e comunais devem ter capacidade para instruir as famílias no sentido da observância de regras mínimas de segurança na hora da escolha do lugar para a construção.