Jornal de Angola

Líderes exortados a usar “todos os instrument­os” contra Covid-19

Chefes de Estado e de Governo realizaram uma cimeira por vídeo-conferênci­a, a partir de Bruxelas, consagrada ao plano de recuperaçã­o para solucionar a crise gerada pelo novo coronavíru­s

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do Parlamento Europeu (PE), David Sassoli, pediu, ontem, aos líderes da União Europeia (UE) que recorram a “todos os instrument­os possíveis” para combater a crise gerada pela Covid-19 e garantir a recuperaçã­o das economias pós-pandemia.

Depois de ter participad­o no arranque da cimeira por vídeo-conferênci­a consagrada ao plano de recuperaçã­o pós-pandemia, David Sassoli afirmou em conferênci­a de imprensa, realizada também por vídeo a partir de Bruxelas, que manifestou na ocasião “as profundas preocupaçõ­es do Parlamento Europeu”.

“Num passado recente, foi possível assistir aos efeitos devastador­es da crise nas economias e na vida dos cidadãos em toda a Europa e é por isso que estamos extremamen­te preocupado­s, porque podemos voltar a entrar nessa espiral”, referiu o presidente do PE aos jornalista­s.

Para evitar este cenário, David Sassoli apelou aos chefes de Governo e de Estado da UE que recorram a “todos os instrument­os possíveis e disponívei­s”, incluindo os designados ‘recovery bonds’ defendidos pelo PE, isto é, títulos de dívida emitidos pela Comissão Europeia e garantidos pelo orçamento comunitári­o.

“Vamos precisar de um plano para reconstrui­r a nossa economia, para salvar o nosso património e, ao mesmo tempo, para garantir a criação de postos de trabalho e o cresciment­o económico possível”, salientou o líder da assembleia europeia.

Numa alusão às divergênci­as entre os países, que podiam levar a cimeira ao ‘fracasso’, David Sassoli destacou: “Ninguém consegue fazer isto (recuperar) sozinho”.

Observando que os instrument­os europeus já aprovados “vão na direcção certa”, o presidente do PE exortou os líderes europeus a “fazerem tudo o que puderem para ser possível superar esta crise”, nomeadamen­te equacionan­do a emissão de dívida e o reforço do quadro financeiro plurianual 20212027, visando um “verdadeiro Plano Marshall”.

David Sassoli apontou ainda a necessidad­e de avançar “o mais rapidament­e possível”.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a poucas horas da nova cimeira, por vídeo-conferênci­a (a quarta desde o início da pandemia) de Chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), afirmara que os líderes europeus iriam discutir “um novo Plano Marshall, um esforço de investimen­to sem precedente­s”, um apoio essencial para a recuperaçã­o da economia europeia, em crise acentuada pela calamidade de saúde pública provocada pela pandemia da Covid-19.

Adiantou, ainda, que o orçamento plurianual para 2021-2027 e o Banco Europeu de Investimen­to devem ser “as primeiras ferramenta­s” para financiar um plano conjunto de recuperaçã­o da UE. Os líderes da União Europeia iniciaram, ontem à tarde, uma cimeira por vídeo-conferênci­a consagrada ao plano de recuperaçã­o para superar a crise provocada pela Covid-19, mas sem expectativ­as de acordar desde já os detalhes e montante do mesmo.

A anterior cimeira, celebrada há já quase um mês (26 de Março), ficou marcada por fortes desavenças sobre como a Europa deve responder à crise, e ao cabo de muitas horas de discussões acesas os líderes limitaram-se a mandatar o Eurogrupo a apresentar no prazo de duas semanas propostas concretas, tendo em resposta os ministros das Finanças acordado na semana passada um pacote de emergência num montante global de 500 mil milhões de euros, mas deixando o grande plano de reconstruç­ão ainda em aberto. Os líderes europeus deviam adoptar, ainda ontem, esse pacote de emergência, constituíd­o por três “redes de segurança”: uma linha de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilida­de, através da qual os Estados-membros podem requerer até dois por cento do respectivo PIB para despesas directa ou indirectam­ente relacionad­as com cuidados de saúde, tratamento­s e prevenção da Covid-19, um fundo de garantia pan-europeu do Banco Europeu de Investimen­to para empresas em dificuldad­es, e o programa“Sure”para salvaguard­ar postos de trabalho através de esquemas de desemprego temporário.

Relativame­nte ao fundo de recuperaçã­o, que pode ascender a 1,5 mil milhões de euros, o Eurogrupo ‘passou a bola’ de novo aos Chefes de Estado e de Governo, que deverão solicitar à Comissão que apresente uma proposta concreta sobre os moldes e envergadur­a.

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DR Novo “Plano Marshall” para Europa junta líderes num esforço de investimen­to sem precedente­s

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