Umaro Embaló ameaça dissolver o Parlamento
O auto-proclamado Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, admitiu, quarta-feira, dissolver o Parlamento e convocar eleições legislativas se persistir o bloqueio da situação política no país. “Não tenho problema nenhum em acabar com este Parlamento”, afirmou aos jornalistas, segundo a Lusa, o general Umaro Sissoco Embaló, ladeado da chefia das Forças Armadas guineenses, durante uma visita ao quartel do Estado-Maior General das Forças Armadas, em Bissau. Umaro Sissoco Embaló disse ser um líder diferente do seu antecessor, José Mário Vaz, e que em nenhum momento irá permitir que haja bloqueio de qualquer instituição da República na Guiné-Bissau. “Que as pessoas se preparem para as eleições legislativas”, disse. “No dia em que sentir algum bloqueio do Parlamento, é nesse dia que o dissolvo”, avisou Embaló, anunciando ter dado indicações ao ministro das Finanças, Aladje Fadiá, no sentido de não pagar ordenados aos deputados se aqueles bloquearem o funcionamento do órgão. O general afirmou que vai deixar que o Governo, por si instituído e liderado por Nuno Nabian, dialogue com o Parlamento “para que se entendam”, mas frisou que irá agir se persistir o bloqueio. Disse ainda que, no início da próxima semana, vai convocar o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), José Pedro Sambú, para analisar com aquele os preparativos para uma eventual realização de eleições legislativas antecipadas. Umaro Sissoco Embaló avisou que respeita a separação dos poderes constitucionais, mas que na Guiné-Bissau, doravante, “só há um chefe, aquele que foi eleito pelo povo”. O Governo de Nuno Nabian anunciou que entregava na segunda-feira o programa do Governo no Parlamento, mas até ontem, não tinha feito. A Guiné-Bissau vive mais um período de crise política, depois de Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições pela Comissão Nacional de Eleições, se ter autoproclamado Presidente embora decorre ainda, no Supremo Tribunal de Justiça, um recurso de contencioso eleitoral apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira.