O liderado e a desmotivação
Quer você seja funcionário do sector público, quer privado, e independentemente da sua função, talvez já viveu uma situação que achou que era injustiça e o terá levado a ficar desmotivado. Com frequência, ouve-se pessoas com os seguintes relatos:
• Trabalho tanto, mas o meu salário nunca sobe;
• Só fazem reconversão para novas categorias, para os seus conhecidos;
• Nesta instituição só promovem amigos e familiares;
• Aqui não adianta sacrificar-se muito. Não reconhecem o esforço…
• Nesta instituição tudo é só com padrinho na cozinha;
•Já não suporto mais! Daqui para frente, já não me vou sacrificar…
• Aqui, para você ser alguém, tem que ser bajulador;
• Só estou aqui, para garantir o pão das crianças. A lista é infinita, que não cabe neste pequeno espaço. Porém, enquanto liderado, a pessoa deve ter em atenção que a desmotivação é algo que funciona em prejuízo da pessoa desmotivada. Porque quando a pessoa se coloca neste estado, naquele momento pode ocorrer consigo a baixa de rendimento. Ou seja, produz pouco. É preciso ter em atenção que, pelo facto de se tornar uma pessoa que produz pouco ou que baixou de rendimento, isto é sentido pelos demais colegas e a actividade destes estará afectada, porque cada um complementa o outro. É bom saber que, diariamente, cada colega consegue avaliar o desempenho do outro. Mesmo de forma involuntária, a pessoa consegue ver quem trabalha mais. Então, imagine que há uma mudança de liderança na instituição ou na equipa de trabalho. Obviamente que o novo elenco poderá efectuar um diagnóstico sobre o desempenho de cada um dos liderados e, certamente, o desmotivado, que por esse motivo passou a trabalhar pouco, será naturalmente referenciado com o baixo desempenho que tem apresentado. É a realidade daquele momento. Logo, poderá estar prejudicado por essa atitude. No entanto, neste artigo, quero ajudá-lo a colocar travão neste aspecto de ficar desmotivado, por eventuais injustiças. Como isto pode ser resolvido? Tenho aconselhado as pessoas a fazerem a seguinte pergunta: “O que me levou a vir procurar o emprego?”
A resposta é tão simples e sei que o leitor sabe o que o levou a procurar o seu primeiro emprego.
Todavia, infelizmente, as pessoas têm sempre dificuldade em responder, porque pensam em algo difícil demais, embora, vendo bem, só há um motivo e é igual para todos.
Tendo resposta à pergunta anterior, temos a base para criar em nós a força necessária para vencer a desmotivação, por qualquer que seja a situação que nos for colocada no local de trabalho, sendo que, para isso, ser necessário sermos verdadeiros e sinceros connosco.
Basicamente, a resposta é: “Procuramos o nosso primeiro emprego, porque precisamos de um salário (dinheiro), para fazer face às nossas necessidades, sendo que, em troca, fornecemos a nossa força de trabalho.” Na prática, é apenas isso.
Como referi antes, todos temos isto em mente, mas quase nunca nos lembramos nos momentos difíceis da nossa carreira. Assim, caso venha a enfrentar uma situação de crise, que considera de injustiça e que o poderá desmotivar, faça o seguinte exercício: Pare, expire e respire durante alguns segundos. Faça-o por várias vezes seguidas, até sentir-se calmo. Relaxe e depois fale para si mesmo, para o seu interior:
“eu vim a procura deste emprego, porque preciso de um salário”.
Isto dará força e motivação para continuar a trabalhar no teu mais alto nível de desempenho e, com o tempo, colher os frutos resultantes dessa atitude. Tenha em conta que, ao longo da nossa carreira profissional, teremos momentos altos e baixos. O ideal é que tivéssemos só momentos altos.
Mas, nós não temos o controlo das leis do universo. Logo, teremos também os momentos baixos, como as injustiças, se assim podermos considerar. Elas são parte da nossa carreira profissional e não as podemos ignorar. São parte deste jogo.
Apenas temos de lutar, para as ultrapassar, porque nunca acabaremos com elas. A este propósito, gostaria de citar Stephen R. Couvey, na sua obra “Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes”, quando refere do poder de um paradigma.
É preciso ter em atenção que, pelo facto de se tornar uma pessoa que produz pouco ou que baixou de rendimento, isto é sentido pelos demais colegas e a actividade destes estará afectada, porque cada um complementa o outro. É bom saber que, diariamente, cada colega consegue avaliar o desempenho do outro.