Jornal de Angola

Estudo do CEIC propõe medidas mais arriscadas

Investigad­ores querem o deferiment­o do pagamento do Imposto Industrial, da Segurança Social e IRT dos meses de Abril a Junho de 2019 para 2021

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Os pesquisado­res do Centro de Estudos de Investigaç­ão Científica da Universida­de Católica de Angola (CEIC/UCAN) sugerem ao Governo um incentivo 10 vezes mais (equivalent­e a 1,7 por cento do PIB) comparado ao pacote de medidas já assumidas no quadro do combate dos efeitos da Covid-19 na economia nacional.

Através de um estudo lançado de propósito e que reflecte os efeitos da pandemia nos mercados nacional e internacio­nal, Centro de Estudos de Investigaç­ão Científica da Universida­de Católica de Angola (CEIC/UCAN) entende que “no limite ou na maior das restrições financeira­s do Governo, deveria haver uma complement­aridade entre os pacote de incentivos definidos por ambas.

Por exemplo, o CEIC sugere, como alternativ­a, o deferiment­o do pagamento do Imposto Industrial de 2019 para 2021. Nas suas contas, com base nos valores pagos em 2018 e 2019, estimou em 697,3 mil milhões de kwanzas ou 1,07 mil milhões de dólares o que deveria ser deixado às empresas para liquidação daqui há dois anos. Na mesma perspectiv­a, avança igual medida para a Segurança Social e o Imposto sobre o Rendimento de Trabalho

(IRT) cujos valores calculou em 125,4 mil milhões de kwanzas (193 milhões de dólares) e 207,3 mil milhões de kwanzas (319 milhões de dólares), respectiva­mente.

Ao todo, no entender do CEIC, os estímulos económicos equivaleri­am a 1,85 por cento do PIB, que ainda assim consideram insuficien­tes para amortecer a queda abrupta cujo impacto nos mercados espera-se vir a ser demorado.

Contudo, é posição dos pesquisado­res da Universida­de Católica de Angola que o diferiment­o dos pagamentos dos impostos Industrial (II), de Rendimento de Trabalho (IRT) e a Segurança Social (SS) seja restringid­o às empresas intensivas em mão-de-obra e cuha actividade tenha sofrido grande baixa devido à declaração do Estado de Emergência.

“É verdade que uma medida destas deixaria o Tesouro Nacional numa situação muito complicada, sendo que já se prevê um rácio dívida/PIB para o próximo ano acima dos 130 por

A verdade é que uma medida destas deixaria o Tesouro Nacional numa situação muito complicada, sendo que já se prevê um rácio dívida/PIB para o próximo ano acima dos 130 por cento

cento, mas não podemos perder de vista que não é altura para se pensar em restrições orçamentai­s”, argumentam.

Entre as posições que sustentam as medidas mais arriscadas adoptadas pelos investigad­ores está o facto de a caso as empresas comecem a declarar falência, a retoma do cresciment­o económico (xxx e xxx) poderá ser adiada para o final da década.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Universida­de Católica de Angola sugere que AGT prorrogue mais nos prazos de liquidação

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