Réquiem ao patriarca Tchikuteny
Era um patriarca que o mundo bem conheceu. Com um ímpar agregado familiar, constituído por 580 pessoas, o homem, ao marcar a história do Namibe, em particular, do país e mesmo de além-fronteiras, criou um desafio nas áreas da ciência, particularmente da m
Trata-se de Francisco Sabalo Pedro, mais conhecido por “Tchikuteny”, falecido a semana passada no povoado de Mungongo, no Giraúl de Cima, município de Moçâmedes, aos 69 anos, vítima de cancro da próstata, depois de receber tratamento em unidades hospitalares de Luanda e do Lubango. Foi um orgulho para o povo do litoral mais a Sul de Angola, principalmente, pela sua fama, que causava azáfama.
A sua história regista, entre outras curiosidades, que, em 1978, fundou uma seita religiosa denominada “Jesus Cristo na Cruz”, espaço suficiente para ter sob seu controlo a comunidade por si gerada. Eva Bartolomeu, a coordenadorado grupo das 42 esposas de Tchikuteny, é a “conservadora” do registo da família do super progenitor.
Ela decifra que o esposo gerou 243 filhos, dos quais 78 são finados, 250 netos e 45 bisnetos, todos vivos. O seu passamento físico, lamentou, vai, de facto, gerar enormes dificuldades no seio familiar, no que tange à educação, assumpção e sustentabilidade. Isso se qualquer atenção não lhes for prestada.Daí que ela clame pela intervenção da sociedade civil e do governo provincial.
Um legado de unidade, trabalho, respeito ao próximo e aposta na formação académica, é o que Tchikuteny deixou paracumprimento obrigatório e à risca, segundo Lumbomany Pedro, um dos filhos do pastor.
“O meu pai representou uma figura pública dentro da cultura social. Foi um homem de conselho,ensinou-nos a trabalhar na unanimidade bem como a viver em união, sem separação. Enquanto patriarca angolano não deixou de ensinar-nos a parte académica e o desenvolvimento socialmente útil”, lembrou.