Famílias da comunidade khoisan recebem cesta básica
Cento e oitenta famílias da comunidade khoisan, residentes nas povoações de Capunda Cavilongo, arredores do município da Chibia, 40 quilómetros a sul da cidade do Lubango, foram contempladas, no final de semana, com produtos da cesta básica e materiais de biossegurança e prevenção da Covid-19.
Entre os bens entregues pelo administrador municipal da Chibia, Sérgio da Cunha Velho e esposa, Filomena da Cunha Velho, constam roupa usada para adultos e crianças, cobertores, entre outros utensílios.
Sérgio da Cunha Velho apelou ao uso obrigatório de máscaras, a lavarem as mãos com água e sabão constantemente e a manterem a distância um do outro, sobretudo com as pessoas estranhas, nesta fase de quarentena domiciliar. “O mundo se confronta com uma pandemia perigosa e de fácil contágio, por isso, o momento é de prevenção”, realçou.
Sublinhou que “as autoridades tradicionais, os papás e as mamãs não devem esquecer-se das máscaras sempre que forem à lavra ou à caça, porque não se sabe quem vamos encontrar durante o trajecto e se for alguém estranho, devem denunciar aos órgãos de segurança ou autoridades sanitárias para o devido tratamento”.
Fez saber que há com frequência no Chicuatiti, Mumué, Quihita e outros pontos, gente à procura de animais diversos, produtos agrícolas e outros bens. “Em todos os momentos destes contactos e trocas comerciais a máscara,para o nariz e a boca, assim como o lavar antes as mãos nunca devem faltar” - disse. Na embala da Lufinda, a principal autoridade tradicional, o Rei Maimu, disse ao Jornal de Angola que a maioria dos habitantes está com “muito medo da doença, fazendo com que algumas famílias já não queiram mais ir à lavra ou à procura de mantimentos”.
Esta postura, continuou, se por um lado previne eventuais contágios pela Covid-19, por outro cria dificuldades na obtenção de comida e água potável para o dia-a-dia de dezenas de crianças e adultos. “A sensibilização, levada a cabo pelas autoridades auxiliadas pelos técnicos de saúde e associações juvenis, está a valer a pena para o retorno ao campo”. Já o soba grande da Huíla, Joaquim Huleipo, defendeu que o momento actual “é de mais união e atenção ao que cada um faz para evitar a doença. Em Luanda, já há pai que contagiou a esposa, filhos e amigos por negligência de uma pessoa para, hoje, os casos não pararem de aumentar”.
Nestas duas últimas fases do Estado de Emergência, sublinhou, as 17 províncias gozam de prerrogativas especiais, mas exige de todos o cumprimento obrigatório das medidas que as autoridades divulgam através da imprensa, assim como através de cartazes colocados em vários locais públicos e em diversos idiomas a explicar como prevenir. “A Polícia deve já começar a prender todos aqueles que forem encontrados nos mercados informais, táxis, via pública e outros locais sem o uso da máscara”, aconselhou o soba, para acrescentar que
a máscara não é para ficar no pescoço como tem observado nalgumas pessoas.
Testados camionistas
Mais de 600 camionistas e ajudantes que circulam com frequência na Estrada Nacional 105, que liga a província da Huíla à vizinha República da Namíbia, foram testados nos períodos compreendidos entre Abril e 9 de Maio do corrente ano, no posto de rastreio instalado na Quihita. Um técnico da Saúde Pública explicou que os motoristas angolanos e namibianos, com realce para os que transportam as mercadorias da Shoprite, têm sido os mais acessíveis por pararem voluntariamente os camiões, lavarem as mãos com água e sabão azul e perfilaremse até chegar a vez do teste.
“Não importa a hora que atingem o posto da Quihita, eles sinalizam a chegada ao posto, todos com máscaras, e aguardam com paciência pela sua vez de testagem da temperatura”, disse um técnico que elogiou a permanência no local dos agentes da polícia.