Imposta cerca sanitária a ruas do Hoji-ya-Henda
Cidadãos residentes nas ruas Marcovi e São José, no distrito urbano do Hoji-ya-Henda, município do Cazenga, em Luanda, estão, desde ontem, em cerca sanitária, devido aos cinco casos de transmissão local da Covid-19. A cerca sanitária começou às primeiras horas de ontem, depois de no domingo a Comissão Multissectorial ter identificado mais de 75 contactos do “caso 31”, referente ao cidadão da Guiné-Conacri, de 36 anos, que chegou no voo de Lisboa do dia 17 de Março e já infectou cinco pessoas no bairro, onde habitam muitos comerciantes oeste-africanos. Nas últimas 24 horas não houve alterações no quadro epidemiológico da Covid-19. O país continua com 45 casos, dos quais dois óbitos, 13 recuperados e 30 pacientes activos estáveis.
Famílias residentes nas ruas Marcovi e São José, distrito urbano do Hoji-ya-Henda, município do Cazenga, em Luanda, estão colocados, desde ontem, em cerca sanitária, devido aos cinco casos de transmissão local da Covid-19.
A cerca sanitária naquela zona da capital do país começou às primeiras horas de ontem, depois de no domingo a Comissão Multissectorial ter identificado mais de 75 contactos do “caso 31” – um cidadão da Guiné-Conacri que já infectou cinco pessoas no bairro, onde habitam muitos cidadãos oeste-africanos que se dedicam maioritariamente ao comércio
Na conferência de imprensa de actualização de dados sobre a Covid-19, o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Munfinda, disse que a área abrange cerca de três mil pessoas e noventa foram intimadas para quarentena institucional.
O “caso 31” tem a ver com um cidadão guineense, de 36 anos de idade, comerciante e residente no bairro Hoji-Ya-Henda, que veio de Portugal no dia 17 de Março sem, no entanto, obedecer a quarentena domiciliar.
Ontem, efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA) e da Polícia Nacional colocados nos extremos de cada uma das ruas, impedia m os moradores de se movimentarem para o exterior do perímetro, criando, em alguns casos, situações embaraçosas.
Grande parte dos moradores estão a enfrentar dificuldades de vária ordem, com maior realce na obtenção de géneros alimentícios, medicamentos e assistência médica.
“Aqui ninguém sai, ninguém entra”, disse um morador que não aceitou ser identificado, lamentando a atitude de um dos agentes que não o deixou passar, quando pretendia deslocar-se ao Hospital Américo Boavida para ser observado de uma operação cirúrgica a que foi submetido recentemente.
“Mesmo depois de ter apresentado todos os papéis da consulta, o agente não me deixou sair da minha rua", queixou-se
Leonel da Silva, estudante universitário, lamentou o facto de os moradores não terem sido previamente comunicados.
O jovem, de 24 anos, disse ter ficado surpreendido com a presença das força militares e policias na sua rua. Na tentativa de sair de casa para fazer compras, viu-se impedido por agentes das forças de segurança.
A administradora do distrito, Branca Nunes, disse que enquanto durar a cerca sanitária, os moradores deverão sair apenas por questões humanitárias, mas previamente justificadas.
Branca Nunes apelou aos comerciantes da zona para cumprirem rigorosamente com as medidas estabelecidas pela Comissão Interministerial, colocando à entrada das lojas baldes com água e sabão para permitir que todos os clientes possam lavar as mãos antes de entrarem nos espaços comerciais.
A administradora pediu aos moradores paciência, responsabilidade e colaboração, sublinhando que a luta contra a Covid deve envolver toda a população.
A cerca sanitária ao Hojiya-Henda surge depois da Comissão Interministerial ter aplicado a mesma medida ao distrito urbano do Futungo (município de Talatona) e ao bairro Cassenda, distrito da Maianga, depois de um cidadão que veio de Portugal no dia 18 de Março, também não ter cumprido a quarentena domiciliar.
Conhecido como “caso 26”, o indivíduo já infectou 13 pessoas, sendo a maior parte membros da sua família, incluindo filhos adolescentes.
A cerca sanitária no Hoji-ya-Henda começou às primeiras horas de ontem, depois de no domingo a Comissão Multissectorial ter identificado mais de 75 contactos do “caso 31”