Jornal de Angola

Provedor e PGR têm direitos iguais

Com a proposta de Lei, que vai à votação final global no dia 20, a Provedoria de Justiça passa a ter autonomia financeira

- Adelina Inácio

O provedor e a provedora de Justiça adjunta vão ter os mesmos direitos e regalias do procurador-geral da República e do vice-procurador-geral da República, de acordo com a Proposta de Lei do Estatuto do Provedor de Justiça, aprovada ontem, na especialid­ade, pelos deputados à Assembleia Nacional. A proposta de Lei vai à votação final global na plenária do dia 20.

O provedor de Justiça e a provedora de Justiça adjunta vão ter os mesmos direitos e regalias do procurador-geral da República e do vice-procurador­geral da República, de acordo com a proposta de Lei do Estatuto do Provedor de Justiça, aprovada ontem na especialid­ade pelos deputados.

A proposta de Lei, que vai à votação final global na plenária do dia 20, estabelece o estatuto remunerató­rio do provedor de Justiça e do provedor de Justiça adjunto.

Durante o debate do diploma na especialid­ade, o presidente da Comissão dos Assuntos Constituci­onaise Jurídicos da Assembleia Nacional, Reis Júnior, defendeuas­mes mas regaliasdo Procurador­da República e do vice-procurador para o provedor de Justiça e a sua adjunta. “Vamos discutir e encontrar as melhores soluções para esta questão”, disse.

O presidente da Comissão dos Direitos Humanos, Petições e Reclamaçõe­s dos Cidadãos, Raul Danda, falou do facto do vencimento base do provedor de Justiça ser 90 por cento do vencimento base do Presidente da República e o provedor adjunto 85 por cento. “Não sei que cálculos foram feitos relativame­nte a isso, mas é uma questão que deveríamos ver. Saber com que base é que se fez este cálculo", questionou o deputado da UNITA.

Em resposta, o secretário de Estado para a Justiça, Orlando Fernandes, explicou que as regalias e direitos estão indexadas às procurador geral da

República e o seu vice. "Entendeu-se que seria melhor que ao invés de fazermos equiparaçõ­es, evoluíssem­os para consignaçã­o directa de cada uma das regalias”, justificou.

A proposta de Lei do Estatuto do provedor de Justiça define as normas que regulam o funcioname­nto daquele órgão. A proposta visa optimizar o quadro de organizaçã­o e funcioname­nto do provedor de Justiça, conferindo-lhe independên­cia de recursos e capacidade para a realização das atribuiçõe­s.

A proposta de Lei passa de quatro para cinco anos o mandato do provedor de Justiça, com a possibilid­ade de renovação uma única vez.

Com aprovação da proposta de Lei, a Provedoria de Justiça vai passar a ter um orçamento próprio, que lhe vai garantir a autonomia financeira necessária para desempenha­r, com independên­cia e celeridade, as suas atribuiçõe­s.

Unidade orçamental

O Executivo pretende transforma­r a Provedoria de Justiça

em unidade orçamental, deixando de depender da Unidade Orçamental Assembleia Nacional.

Os cidadãos e as pessoas colectivas podem apresentar à Provedoria de Justiça queixas por acções ou omissões do poder público. Para deputada Lourdes Caposso, do MPLA, esta acção demonstra que o ponto de contacto que a Constituiç­ão quer é que os cidadãos apresentem as suas queixas, não directamen­te ao provedor, mas à instituiçã­o denomina Provedoria de Justiça, que é o órgão de apoio ao provedor. “Tem que se dar alguma autonomia na dualidade da relação”, disse, defendendo a criação de uma Lei da Provedoria de Justiça.

João Pinto, também do MPLA, disse que com a proposta de Lei pretende-se dar mais celeridade nas acções da Provedoria de Justiça.

O presidente da Comissão dos Assuntos Constituci­onais e Jurídicos, Reis Júnior, lembrou que "não há provedoria de Justiça sem provedor. “A Provedoria é um órgão de apoio ao provedor e não tem qualquer autonomia relativame­nte ao provedor. Toda autonomia relativa que é dada é para servir a actividade do provedor”, explicou o parlamenta­r.

O deputado Tomás da Silva, presidente da Comissão dos Assuntos de Administra­ção do Estado e Poder Local da Assembleia Nacional, disse que as duas propostas devem manter-se, por não estarem em conflito.

Os deputados deram ainda a sua contribuiç­ão para a melhoria da proposta de Lei Orgânica da Provedoria de Justiça.

A Provedoria de Justiça vai passar a ter um orçamento próprio, que lhe vai garantir a autonomia financeira necessária para desempenha­r, com independên­cia e celeridade, as suas atribuiçõe­s

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Secretário de Estado da Justiça, Orlando Fernandes, respondeu às perguntas dos deputados

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