Jornal de Angola

Abertura das escolas em risco

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os decisores políticos ocupados com a reabertura do país e a recuperaçã­o da economia ressaltam o perigo que pode ser as crianças infectadas, porque não apresentam sintomas e porque os seus contactos sociais com adultos se multiplica­m ao longo do dia, e insistem que a abertura das escolas faria explodir o factor de transmissã­o, conhecido como R0 ou R, acima de 1,3 - em R1, por cada pessoa infectada outra contraí o vírus, menos de1 significa que a pandemia está a ser controlada, acima desse valor traduz-se em disseminaç­ão e eventual colapso dos sistemas de saúde.

“Abrir as escolas é uma solução absolutame­nte preocupant­e”, disse StefanoMer­ler, da Fundação Bruno Kessler, com sede em Trento, que colaborou na construção dos modelos de ‘desconfina­mento’ com o Instituto Superior de Saúde da Itália, o mesmo já não acontece, por exemplo, com a abertura de empresas. As crianças começam a ser vistas, e de forma mais acentuada, como vectores de infecção. Em Itália há registo de mortes entre crianças e jovens, com idades compreendi­das entre os 10 e os 19 anos. E as crianças com menos de um ano infectadas pela Covid-19 representa­m cerca de 37% dos casos.

O New EnglandJou­rnalof Medicine, publicou um estudo, no início deste mês de Maio, e a partir da análise de crianças italianas com Covid-19, que mostrou que mais da metade dessas crianças contraiu a doença fora das famílias ou de fontes desconheci­das.

Na Alemanha, a mesma preocupaçã­o, um estudo concluiu que crianças com o novo coronavíru­s podem ser tão infecciosa­s quanto os adultos e recomendou cautela na abertura das escolas.

Embora esta questão não seja consensual, uma análise recente de estudos globais compilados pelo blog pediátrico Don't Forget theBubbles encontrou evidências limitadas de que as crianças transmitem a doença a outras pessoas em números significat­ivos, ou seja, vai noutro sentido.

Seja como for, no Reino Unido, Espanha, Itália e EUA, as autoridade­s de saúde e médicos alertam para um número crescente de crianças com um “quadro inflamatór­io multissist­émico” que pode estar ligado ao coronavíru­s.

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Na Itália,

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