Jornal de Angola

Apoiante de Vital Kamerhe tenta imolar-se em Bukavu

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Um jovem militante do partido União para a Nação Congolesa (UNC), liderado por Vital Kamerhe, tentou imolar-se, ontem, em Bukavu, capital da província do KivuSul (Leste), para exigir a libertação do seu presidente, segundo o jornal congolês “7sur7.cd”.

Dieu-Merci Kyalondawa, de 25 anos, depois de se regar com gasolina, tentou atearse fogo, como forma de exigir a libertação imediata de Vital Kamerhe, preso na Comarca central de Makala, em Kinshasa, acusado de desviar fundos públicos, explicaram as testemunha­s locais, cujo processo começou, ontem, a ser analisado pelas autoridade­s judiciais do país.

O procurador acusa-o de desvio de bens públicos, branqueame­nto de capitais e corrupção na gestão dos fundos públicos alocados a um programa de urgência lançado em Março de 2019, que consiste na construção de infraestru­turas em todo o país.

Supõe-se que o mesmo estaria ainda implicado na falsificaç­ão de um contrato assinado com uma empresa de um empresário libanês, Jamm Sammih, visando fornecer 1.500 casas pré-fabricadas, no valor de 57 milhões de dólares, a agentes da Polícia e militares das Forças Armadas Congolesas. Kamerhe foi o arquitecto da formação da plataforma política CACH, que liga o seu partido à UDPS de Tshisekedi, dando vitória presidenci­al a este, nas últimas eleições gerais de 30 de Dezembro de 2018.

O CACH foi formado depois do encontro da oposição, na Suíça, em Novembro de 2018, que reuniu os partidos MLC de Jean-Pierre Bemba, o antigo Primeiro-Ministro da RDC, Adolphe Muzito, e o ECIDÉ, de Martin Fayulu, que elegeu este como candidato comum da oposição, contra Emmanuel Shadari, o candidato presidenci­al da plataforma Frente Comum para o Congo (FCC), apoiada por Joseph Kabila, então Presidente cessante.

Pastor processa Kabila

Pascal Mukuna, pastor de uma Igreja congolesa, denunciou, ontem, o ex-Presidente Joseph Kabila, no Tribunal Constituci­onal, por vários crimes, segundo revela o jornal online “7sur7.

O religioso, que disse ter agido em “nome dos congoleses”, acusa Kabila de, durante o seu mandato de 18 anos, ter violado, por várias vezes, os direitos humanos. “Agora que já não está no poder, penso que Kabila deve ser interrogad­o pelo Tribunal Constituci­onal, e processado pela implicação directa e indirecta em vários crimes”, escreve.b Mukuna denuncia, entre outros, os massacres dos adeptos do partido tribal Bundu dya Kongo, a morte do activista político, Armand Tungulu, o assassinat­o de um responsáve­l da sociedade civil, Floribert Chebeya, as valas comuns da comuna de Maluku, em Kinshasa. Antigo aliado de Joseph Kabila, Mukuna é, actualment­e, próximo do Presidente Félix Tshisekedi.

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DR Vital Kamerhe foi acusado de desvio de fundos públicos

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