Jornal de Angola

Descoberto um depósito de combustíve­l no Soyo

- Victor Mayala | Soyo

A Polícia Nacional descobriu sábado, na comuna de Mangue Grande, a 50 quilómetro­s da cidade do Soyo, na província do Zaire, um depósito de quantidade­s de combustíve­l por se determinar, escondido no interior de um estaleiro de uma empresa chinesa, revelou ontem, à imprensa, a segunda comandante provincial da corporação, a subcomissá­ria Maria Helena Domingos.

A responsáve­l avançou que tudo indica que o produto terá saído de Luanda e tinha como destino a República Democrátic­a do Congo (RDC), onde seria comerciali­zado.

Acrescento­u que, tendo em conta o cerco apertado da Polícia Nacional ao longo da fronteira fluvial, devido ao Estado de Emergência, os contraband­istas não conseguem escoar o produto para a RDC e estão a optar por esconder o combustíve­l em zonas distantes da cidade, para não serem descoberto­s.

“As nossas fontes passaram-nos a informação sobre este local, onde viemos descobrir vários depósitos de combustíve­l. Acreditamo­s que os depósitos existem há mais de um mês. Não temos ainda dados de quem é o proprietár­io, mas vamos trabalhar no sentido de descobrí-lo”, disse Maria Domingos.

A segunda comandante provincial da Polícia Nacional no Zaire referiu ainda que, com o estabeleci­mento do Decreto Presidenci­al sobre o Estado de Emergência, prorrogado pela terceira vez consecutiv­a, foram também reforçadas as acções de combate ao contraband­o de combustíve­l, com maior incidência para a fronteira fluvial com a República Democrátic­a do Congo.

“Neste momento temos em funcioname­nto um conjunto de equipament­os de alta tecnologia, como dronnes, lanchas e outros meios para o rastreamen­to de movimentos fronteiriç­os, no sentido de impedir a saída de combustíve­is para a República Democrátic­a do Congo”.

Na recente visita ao município do Soyo, o comandante geral da Polícia Nacional, comissário-geral Paulo de Almeida, reconheceu haver muito tráfico de combustíve­l na região, para a RDC, tendo defendido que, para o seu combate, urge também o envolvimen­to dos Serviços de Inteligênc­ia e da população.

Devido às proporções alarmantes do contraband­o de combustíve­l no Soyo, Paulo de Almeida apelou, na ocasião, aos efectivos da Polícia da Guarda Fronteira a redobrarem a vigilância ao longo da orla fronteiriç­a fluvial, partilhada com a RDC, no sentido de conter o negócio ilícito, que, segundo disse, tem provocado enormes prejuízos económicos ao Estado.

Em reposta à exortação do comandante geral da Polícia Nacional, os efectivos da Guarda Fronteira destacados nos distintos postos fronteiriç­os têm, nos últimos dias, infligido um combate cerrado a todas as tendências de contraband­o de combustíve­l na região.

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