Descoberto um depósito de combustível no Soyo
A Polícia Nacional descobriu sábado, na comuna de Mangue Grande, a 50 quilómetros da cidade do Soyo, na província do Zaire, um depósito de quantidades de combustível por se determinar, escondido no interior de um estaleiro de uma empresa chinesa, revelou ontem, à imprensa, a segunda comandante provincial da corporação, a subcomissária Maria Helena Domingos.
A responsável avançou que tudo indica que o produto terá saído de Luanda e tinha como destino a República Democrática do Congo (RDC), onde seria comercializado.
Acrescentou que, tendo em conta o cerco apertado da Polícia Nacional ao longo da fronteira fluvial, devido ao Estado de Emergência, os contrabandistas não conseguem escoar o produto para a RDC e estão a optar por esconder o combustível em zonas distantes da cidade, para não serem descobertos.
“As nossas fontes passaram-nos a informação sobre este local, onde viemos descobrir vários depósitos de combustível. Acreditamos que os depósitos existem há mais de um mês. Não temos ainda dados de quem é o proprietário, mas vamos trabalhar no sentido de descobrí-lo”, disse Maria Domingos.
A segunda comandante provincial da Polícia Nacional no Zaire referiu ainda que, com o estabelecimento do Decreto Presidencial sobre o Estado de Emergência, prorrogado pela terceira vez consecutiva, foram também reforçadas as acções de combate ao contrabando de combustível, com maior incidência para a fronteira fluvial com a República Democrática do Congo.
“Neste momento temos em funcionamento um conjunto de equipamentos de alta tecnologia, como dronnes, lanchas e outros meios para o rastreamento de movimentos fronteiriços, no sentido de impedir a saída de combustíveis para a República Democrática do Congo”.
Na recente visita ao município do Soyo, o comandante geral da Polícia Nacional, comissário-geral Paulo de Almeida, reconheceu haver muito tráfico de combustível na região, para a RDC, tendo defendido que, para o seu combate, urge também o envolvimento dos Serviços de Inteligência e da população.
Devido às proporções alarmantes do contrabando de combustível no Soyo, Paulo de Almeida apelou, na ocasião, aos efectivos da Polícia da Guarda Fronteira a redobrarem a vigilância ao longo da orla fronteiriça fluvial, partilhada com a RDC, no sentido de conter o negócio ilícito, que, segundo disse, tem provocado enormes prejuízos económicos ao Estado.
Em reposta à exortação do comandante geral da Polícia Nacional, os efectivos da Guarda Fronteira destacados nos distintos postos fronteiriços têm, nos últimos dias, infligido um combate cerrado a todas as tendências de contrabando de combustível na região.