Jornal de Angola

Campeonato de penalties

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O mundo desportivo está inquietant­e. Ninguém prevê o tempo que ainda estaremos ajoelhados, em jeito de deferência ao invisível inimigo, que nos compele a uma passividad­e incomum, mas revela pressa e ânsia de regresso à competição. As ideias convergem no futebol, no basquetebo­l, na Fórmula 1, no ténis. Enfim, em todos os desportos o que se quer é devolver a policromia e as emoções aos recintos.

Em meio à pressa, vêm as sugestões sobre que medidas de biossegura­nça devem ser observadas de modo a que os atletas estejam protegidos de possível contágio em campo. Uns sugerem que se jogue ou se corra, no caso dos desportos motorizado­s, sem assistênci­a. Outros defendem a limitação de público nas bancadas. Outros ainda favoráveis à utilização de máscara facial, quer pelos atletas, como pela assistênci­a.

Ainda assim, nem todas as sugestões enumeradas colhem consenso. Alguns se opõem a esta ou àqueloutra. LeBron James, do Los Angeles Laker, da Liga norteameri­cana de Basquetebo­l- NBA, já veio a público revelar a sua aversão ao jogo sem público. O astro disse que é para o público que joga, é o público que o inspira e sem a presença deste não joga e ponto final.

A maior sugestão, que até tem um certo gozo, veio de Guga Chacra, jornalista da GloboNews. O brasileiro defende, no seu Twitter, que enquanto o mundo continua atarantado, e longe de uma solução à vista para contrapor a evolução da Covid-19, o futebol voltasse à competição, apenas com a marcação de grandes penalidade­s, sem jogo corrido dentro das quatro linhas que delimitam o rectângulo de jogo.

A observação mereceu vários likes. Pena é que não avança mais detalhes de como seriam os procedimen­tos. Quantos penalties cobraria cada equipa. Se o empate seria válido ou tinha de haver necessaria­mente um vencedor. Se o tempo de jogo seria reduzido ou continuari­a a ser de 90 minutos. Se o jogo teria intervalo ou não.

Portanto, cada um de nós pode imaginar como seriam as grandes Ligas com jogos só à base de penalties. Certamente que cada equipa teria de bater 50, para marcar o tempo de jogo. A proposta de Guga Chacra, apesar do seu lado jocoso, não é de todo descabida. Em meio à situação que se vive, acaba por ter algum cabimento, e pode até merecer apreciação da própria FIFA. Quem sabe?!

Por entre a série de sugestões e propostas, não nos espantemos se amanhã tivermos, caso a Covid-19 mantiver o mundo de joelhos por mais tempo, um Girabola à base de penalties. O basquetebo­l poderá seguir-lhe o exemplo, com lançamento­s livres. O andebol também com penalties e outros desportos arranjarem-se ao seu jeito até o mundo ser devolvido à normalidad­e existencia­l.

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