Festas de quintais comprometem a luta contra a doença
O aumento de festas de quintais, nos últimos dias, em Saurimo, província da Lunda-Sul, desafia as autoridades e compromete os esforços para a prevenção e combate da pandemia da Covid-19, disse, quarta-feira, o administrador municipal.
Filipe Romão, que reagia à atitude irresponsável de alguns moradores da cidade de Saurimo, referiu que essas festas acentuam risco de contaminação comunitária da doença, numa altura em que o confinamento social é uma das principais medidas para evitar a propagação da pandemia.
Reconheceu que o Estado de Emergência é uma “situação atípica”, mas que pode ser ultrapassada se todos cumprirem com as medidas de prevenção contra à pandemia. “A prevenção é uma arma poderosa ao dispor de cada cidadão até que tudo volte à normalidade”, referiu.
Indaizo Forte, morador de Saurimo, denuncia que, todos os dias, dois vizinhos realizam festas de quintais sem respeitar as medidas impostas pelo Estado de Emergência. “Aquilo são gritos e gargalhadas sob efeito de bebidas alcoólicas, acompanhado de música alta. Nem parece que estamos num Estado de Emergência. A histeria é tal, que traz à memória os velhos tempos de exibição de poder e riqueza”, lamentou.
Já Venâncio Pinto Saiote, também morador em Saurimo, disse que o momento exige responsabilidade de todos os angolanos. “Hoje, por causa da libertinagem, o cidadão desafia as autoridades, que por sinal ajudam a manter a ordem”, disse, acrescentando que seria um desastre para o país se a pandemia tivesse o mesmo impacto que teve na Europa e nos Estados Unidos da América. Por isso, enalteceu as medidas decretadas pelo Executivo angolano e lembrou que o uso da máscara é um procedimento simples e sem dor.
“O Estado de Emergência visa proteger a vida, por isso, não devia ser interpretado como opressão. Realizam festas e outros convívios, mas se algo correr mal, esquecem tudo culpam ou pedem ajuda às autoridades”, concluiu.