Continuidade de Soubak depende do 1º de Agosto
Vínculo do técnico a equipa militar expira no final deste ano e a Federação está sem disponibilidade financeira para pagar
Com o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio, a continuidade de Morten Soubak à frente da Selecção Nacional sénior feminina de andebol está condicionada à renovação contratual do técnico com o 1º de Agosto, cujo vínculo expira no final do ano.
Em declarações ao Jornal de Angola, o presidente da FederaçãoAngolana (FAAND), Pedro Godinho revelou que, com a suspensão da maior cimeira desportiva, por causa da Covid-19, não existe acordo entre a instituição e o técnico de nacionalidade dinamarquesa.
Segundo Godinho, o organismo reitor do andebol está impossibilitado de pagar a Soubak, caso o 1º de Agosto e o técnico falhem a renovação do contrato. “Precisamos de ser realistas e evitar dívidas. Embora Morten Soubak esteja agora ligado às camadas jovens do clube militar, já tínhamos acordado com o presidente Carlos Hendrick. Devia orientar o combinado nacional durante a fase de preparação e na competição. De contrário, vamos apostar na prata da casa”, disse.
Indagado sobre as opções a nível interno, o dirigente apontou a possibilidade de Nelson Catito ocupar o cargo. “O 1º de Agosto fornece o maior número de atletas à selecção. Portanto, é natural que o seleccionador seja da referida agremiação. Foi assim, quando o Petro de Luanda formava o núcleo duro das campeãs africanas, e Vivaldo Eduardo esteve no comando das Pérolas. O mesmo aconteceu com Filipe
Cruz e Morten Soubak”.
Solicitado a avaliar o trabalho desenvolvido pelo técnico dinamarquês, o número um da FAAND foi categórico: “Trouxe mudanças positivas. Já não dependemos somente do contra-ataque. Hoje temos mais jogadas combinadas, o nosso jogo táctico permite “jogar olho” nos olhos com as demais selecções. Estou satisfeito”.
À semelhança de outros treinadores, com excepção do português João Florêncio, cujo acordo com a Federação foi a tempo integral, Soubak tinha um contrato pontual.
Com créditos mundiais firmados em 2013, na Sérvia, onde conquistou o título ao serviço da selecção brasileira, Morten Soubak assumiu o “sete” nacional em 2017 e orientou o grupo no Campeonato do Mundo na Alemanha, tendo terminado na 19ª posição.
No ano seguinte, conduziu as Pérolas na revalidação do troféu continental, após uma cambalhota épica, no Congo. Depois seguiram-se os torneios internacionais de preparação na Coreia do Sul e Roménia, o Pré-Olímpico Qualificativo para os Jogos de Tóquio, no Senegal, e o Mundial do Japão, onde Angola ocupou o 15º lugar, e melhorou quatro posições.
Renovação de mandatos
Doze anos depois, a Federação vai conhecer um novo “inquilino”, anunciada que está a saída de Pedro Godinho. Na corrida ao cadeirão máximo está Zeca Venâncio, actual vice-presidente, e José do Amaral Silva Júnior “Maninho”, vogal de direcção.
Uma terceira lista, encabeçada por Domingos Nascimento, director-geral do Instituto Nacional de Meteorologia e antigo árbitro internacional pode completar o trio de candidatura. O pleito eleitoral, cuja data ainda é desconhecida, pode acontecer entre Julho e Agosto.
Inicialmente, a Assembleia-Geral Ordinária estava agendada para 10 de Maio, mas foi adiada. O Ministério da Juventude e Desporto estabeleceu o limite até 15 de Junho para as Associações e clubes renovarem os mandatos. Depois será a vez das federações.
Em relação à candidatura de Zeca Venâncio, Pedro Godinho defende que “aposto na lista da , por causa da experiência em gestão desportiva. Ele esteve durante dez anos na presidência do ASA, portanto, conhece os meandros da coisa”.
Francisco de Almeida, Helder Moura, Marcelino Lima, Sardinha de Castro, Augusto Figueiredo, José Cardoso, Hilário de Sousa, Archer Mangueira e Pedro Godinho, por esta ordem, já lideraram o organismo reitor da modalidade.
“O 1º de Agosto fornece o maior número de atletas à selecção. Portanto, é natural que o seleccionador seja da referida agremiação. Foi assim, quando Petro fornecia o núcleo duro”