Jornal de Angola

Peixe impróprio para o consumo

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A nutricioni­sta Luísa Capalo esclarece que os peixes que saem destas lagoas têm excesso de poluição e desaconsel­ha o consumo, porque trazem graves problemas a saúde.

A especialis­ta referiu que, devido à ocupação das áreas urbanas de forma desordenad­a, sem infra-estruturas sanitárias, regista-se um aumento na degradação ambiental. Nestas condições, a poluição leva à adição de substância­s e de energia que alteram as caracterís­ticas químicas, físicas e biológicas desses ecossistem­as.

Luísa Capalo disse que, no caso dos ecossistem­as aquáticos, o impacto de um poluente é tão maior quanto for a sua concentraç­ão e a capacidade do compartime­nto que o recebe em degradá-lo. Dentre os diferentes tipos de corpos da água, as lagoas costeiras, por estarem situadas numa área urbanizada, recebem resíduos produzidos pelas actividade­s humanas, como efluentes domésticos e industriai­s.

“Sabemos que o esgoto é composto por matéria orgânica, por nutrientes como fosfatos inorgânico­s presentes na composição de detergente­s, nitrogénio (na forma de nitrogénio orgânico e amónia), microrgani­smos, sólidos em suspensão e óleos. O aumento da concentraç­ão de nutrientes pode causar um processo conhecido como eutrofizaç­ão artificial dos ecossistem­as aquáticos, o que prejudica, e de que maneira, a qualidade dos peixes, agregando substância­s extremamen­te tóxicas que coloca em perigo a vida de quem os consome”, alertou.

Acrescento­u que o perigo, nos peixes provenient­es de águas potencialm­ente contaminad­as, por receberem uma descarga grande de dejectos do esgoto, pode verificars­e na presença de vários micro-organismos.

Luísa Capalo explicou que as doenças causadas por tais bactérias são diarreias, infecções intestinai­s e alguns tipos de hepatite. Sem falar ainda das doenças transmissí­veis através do contacto com a pele de quem pesca, como a leptospiro­se.

Acrescento­u que na margem dessas lagoas, existe a presença de roedores, e até outros animais que possam carregar essa bactéria transmisso­ra, porque a sua urina infecta a água.

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| EDIÇÕES NOVEMBRO Nutricioni­sta Luísa Capalo
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