Líder da oposição moçambicana defende “medidas mais arrojadas”
O presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, defendeu ontem “medidas mais arrojadas” contra a Covid-19, face ao aumento de casos da doença no país, mas mostrou-se contra a imposição de um confinamento total.
“É urgente que o Governo acautele e aprimore medidas mais arrojadas para combater esta pandemia, um dos inimigos mais mortíferos da actualidade”, declarou Ossufo Momade, que falava durante uma conferência de imprensa por ocasião do Dia de África, que ontem se assinalou.
Sem especificar o tipo de acções que podem ser adoptadas, o líder da Renamo avançou que o Governo deve evitar um ‘lockdown’, ou seja, um confinamento mais restritivo, porque “não é desejável” para a população moçambicana.
Momade acusou as autoridades de tratarem com ligeirezacasosdeviolaçãodoEstado de Emergência por parte de dirigentes do Estado e lidarem de forma mais dura com casos de desrespeito por parte de populares - considerando de umaformageralquehesitaram na tomada de “medidas firmes”, responsabilizando essa postura pelo “aumento sucessivo de contaminação”. O líder da Renamo classificou ainda como falta de seriedade e responsabilidade o facto de o ministro da Saúde, Armindo Tiago, ter afirmado na sextafeira que os túneis de desinfecção são ineficazes, depois de a sua utilização ter sido promovida pelas autoridades.
“Será que a mensagem que se pretende transmitir é que antes da sua instalação em vários lugares públicos, como nos mercados e instituições públicas, incluindo na Assembleia da República, não houve um estudo cauteloso”, questionou OssufoMomade. O Ministério da Saúde moçambicano anunciou no domingo mais 26 casos de infecção pelo novo coronavírus, o dia em que se registou maior número de infectados.