Situação de calamidade abre portas a provas desportivas
Treinos e competições serão realizados à porta fechada mediante o cumprimento da higienização regular dos recintos e superfícies
A passagem do Estado de Emergência para a Situação de Calamidade Pública, a partir de hoje, marca o regresso dos treinos e actividades desportivas oficiais, a 27 de Junho, depois de dois meses de confinamento social, que forçou a interrupção em definitivo do Girabola e a anulação do Campeonato Nacional de Basquetebol.
O regresso à preparação e disputa de provas será à porta fechada e mediante o cumprimento da higienização regular dos recintos desportivos e das superfícies, das mãos com álcool em gel e uso obrigatório de máscara facial, excepto durante a competição, de acordo com as regras tornadas públicas ontem.
A observação do distanciamento mínimo de dois metros, exigência não colocada em ambiente competitivo, continuará a vigorar. Nas actividades realizadas em fila, os atletas ficarão separados por pelo menos quatro metros, com impedimento de partilha de materiais e equipamentos, incluindo sessões com treinadores pessoais, bem como o acesso à utilização de balneários.
Os campeonatos de andebol, em ambos os sexos, podem ser as primeiras provas disputadas no período pós confinamento. O elenco directivo cessante da Federação, encabeçada por Pedro Godinho, preferiu esperar pela alteração das medidas de controlo da propagação da pandemia, ao contrário da corrente que defendeu o encerramento da época desportiva.
Com possibilidade de competir está igualmente o ciclismo, que agendou para o mês de
Junho a disputa do Campeonato Nacional de Estrada. Bruno Araújo, detentor do título de elite, ao serviço do BAI Sicasal Petro, deve continuar a preparar a defesa do troféu dos ataques dos colegas Dário António e Gabriel Cole, quando de Benguela surge a concorrência de Igor Silva, da Jair Transporte, ciclista mais experiente do actual pelotão.
Férias antecipadas
A abertura dos treinos e competições deve ser explorada pelo futebol para o ensaio da próxima época, uma vez o Girabola ter sido a primeira prova a capitular diante dos riscos da Covid-19. Os clubes propuseram à Federação Angolana de Futebol (FAF), a 30 de Abril, a anulação do campeonato, sem vencedor, nem equipa despromovida.
Após consulta dos regulamentos da competição, avisado pelo Conselho Técnico Desportivo, o elenco directivo da FAF alterou a medida para interrupção definitiva, figura jurídica com implicações diferentesdaanulação,queextingue todos os actos administrativos, como sanções disciplinares.
A mudança mantém a desclassificação do 1º de Maio de Benguela, por ter perdido o segundo jogo por falta de comparência. A direcção dos proletários espera ver a situação resolvida a favor do clube no Tribunal Supremo, instância de recurso, uma vez o Conselho Jurisdicional ter mantido a decisão do Conselho de Disciplina. Petro de Luanda e 1º de Agosto foram indicados como representantes do país na Liga dos Clubes Campeões Africanos. FC Bravos dos Maquis e Sagrada Esperança vão competir na Taça da Confederação.
Bola fora do cesto
No basquetebol, clubes e Federação atalharam caminho. Seguiram a solução adoptada pelo futebol, a paragem competitiva sem campeão, numa época cuja primeira fase registou o domínio do Petro de Luanda, vantagem expressa sobretudo nos jogos diante do arquirival 1º de Agosto.
A pretensão de conquista do título na secretária acabou por não ser acolhida. Os tricolores foram indicados como representante do país na próxima edição da BAL (Liga de África), prova organizada pela estrutura técnica da NBA (Liga Norte-Americana), opção que arrumou o principal impasse registado na saída encontrada.
Desporto de lazer
As regras divulgadas ontem mantêm as restrições impostas à prática desportiva individual e de lazer em espaço aberto. São permitidos treinos no período da manhã das 5h00 às 6h30 e à tarde das 17h30 às 19h00, ao passo que ao sábado e domingo o período é alargado das 5h00 às 19h00. Quanto aos jogos nos bairros, o regresso à actividade está previsto para 13 de Julho.
O ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, sublinhou o facto de as medidas estarem sujeitas a alterações em função das condições sanitárias reportadas pela Comissão de Combate à Covid-19. A eventual alteração do quadro epidemiológico para o aumento de casos pode levar ao regresso das limitações impostas durante os dois meses do Estado de Emergência.