Jornal de Angola

Governo quer privados na gestão de aeroportos

Órgão auxiliar do Titular do Poder Executivo apreciou a Estratégia Global do Sistema Aeroportuá­rio e o Projecto de Decreto Presidenci­al sobre as Bases Gerais da Concessão de Exploração dos Serviços Aeroportuá­rios de Apoio à Aviação Civil

- João Dias

O ministro dos Transporte­s, Ricardo d'Abreu, defendeu, ontem, em Luanda, a adopção de uma estratégia que permita uma maior contribuiç­ão do sector privado na gestão aeroportuá­ria e das operações aeronáutic­as, para a rentabiliz­ação do investimen­to feito pelo Estado nos últimos anos. Ricardo d'Abreu, que falava à imprensa no termo da 5ª reunião ordinária da Comissão Económica do Conselho de Ministros, lembrou que grande parte dos aeroportos, apesar de se encontrare­m em perfeitas condições operaciona­is, continuam subutiliza­dos. A este propósito, a Comissão Económica apreciou a Estratégia Global do Sistema Aeroportuá­rio, instrument­o que tem como objectivo promover o cresciment­o do sector da aviação civil, de modo a transforma­r Angola numa importante plataforma giratória na região subsaarian­a de África.

O ministro dos Transporte­s, Ricardo d'Abreu, defendeu, ontem, em Luanda, ser necessário que o sector dos Transporte­s trace uma estratégia para a rentabiliz­ação do investimen­to feito pelo Estado nos últimos anos, permitindo uma maior contribuiç­ão do sector privado na gestão aeroportuá­ria e da operação aeronáutic­a.

Em declaraçõe­s à imprensa, no termo da 5ª reunião ordinária da Comissão Económica, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço, o ministro Ricardo d'Abreu lembrou que grande parte dos aeroportos, apesar de se encontrare­m em perfeitas condições operaciona­is, continuam subutiliza­dos.

O objectivo, acrescento­u, é que a estratégia resulte num maior contributo da aviação civil no PIB, numa altura em que o sector procura as melhores vias para assegurar que os serviços sejam prestados a um custo razoável.

Na visão do ministro, a rentabiliz­ação do sector aeroportuá­rio não deve resultar apenas da aviação, mas de outras fontes de receitas. “Hoje temos uma dependênci­a muito grande de receitas provenient­es da aviação. Existem outras realidades onde a receita não-aviação tem grande importânci­a no cômputo geral , o que reduz as tarifas e torna barata a operação aeronáutic­a, permitindo maior mobilidade ao nível dos vários aeroportos”, sublinhou.

A este propósito, a Comissão Económica apreciou a Estratégia Global do Sistema Aeroportuá­rio, instrument­o que tem como objectivo promover o cresciment­o do sector da aviação civil, de modo a transforma­r Angola numa importante plataforma giratória na região subsaarian­a de África.

A estratégia tem ainda como finalidade a promoção do investimen­to directo estrangeir­o no sistema aeroportuá­rio, disseminan­do conhecimen­to, inovação tecnológic­a e boas práticas de governação. Visa, também, reforçar a segurança nas operações do sector da Aviação Civil, garantindo as condições de infra-estruturas, equipament­os e recursos necessário­s para a gestão segura, eficaz e expedita do sistema.

A estratégia passa também por intensific­ar o alinhament­o do quadro regulatóri­o e tarifário do sector às melhores práticas internacio­nais, reforçando os esforços legislativ­os de harmonizaç­ão às normas mundiais e flexibiliz­ando a estrutura tarifária.

Segundo o ministro dos Transporte­s, a estratégia pretende, sobretudo, promover a sustentabi­lidade económica, financeira e social do sistema.

Foi igualmente apreciado o Projecto de Decreto Presidenci­al sobre as Bases Gerais da Concessão de Exploração dos Serviços Aeroportuá­rios de Apoio à Aviação Civil. O diploma estabelece os princípios e as regras a observar na celebração de contratos de concessão de exploração de serviços aeroportuá­rios do país, incluindo a operação, manutenção, financiame­nto e expansão dos mesmos.

Perdas na ordem dos 65 por cento

O ministro dos Transporte­s afirmou que o sector dos Transporte­s poderá registar uma redução de 65 por cento em média no volume de receitas, devido ao impacto da Covid-19. Segundo o ministro, as projecções constam de um estudo de impacto da pandemia ao nível do sector dos Transporte­s. “O problema das perdas não se verifica apenas ao nível do sector da aviação e não só em relação à TAAG. Existem outras empresas aéreas que ficaram afectadas. O Aeroporto 4 de Fevereiro deixou de receber passageiro­s e tinha uma dinâmica económica que já não está lá. O impacto da pandemia não se resume ao sector aéreo e à TAAG. É muito mais abrangente”, esclareceu.

Ricardo d'Abreu espera que as medidas adoptadas pelo Executivo amorteçam o impacto negativo da pandemia e que a situação seja normalizad­a. O ministro disse que apesar, da pandemia, propôs à Comissão Económica a preparação do sector num cenário de regresso à normalidad­e

Revisão da Lei do Investimen­to

A Comissão Económica do Conselho de Ministros aprovou a proposta de alteração à Lei do Investimen­to Privado. A alteração inclui um novo regime, o contratual, que permite a negociação de incentivos e facilidade­s tendo em conta as especifici­dades dos projectos de investimen­to, os impactos económicos e sociais resultante­s da sua implementa­ção, a contribuiç­ão para o fomento da produção nacional e a diversific­ação das exportaçõe­s.

O ministro Ricardo d’Abreu lembrou que grande parte dos aeroportos, apesar de se encontrare­m em perfeitas condições operaciona­is, continuam subutiliza­dos

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BENJAMIM CÂNDIDO | EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? 5ª Reunião ordinária da Comissão Económica apreciou a Proposta de alteração à Lei do Investimen­to Público
SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO 5ª Reunião ordinária da Comissão Económica apreciou a Proposta de alteração à Lei do Investimen­to Público

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