Jornal de Angola

Luanda volta ao trânsito agitado

- Garrido Fragoso

Luanda acordou ontem diferente em relação aos dias em que vigorava o Estado de Emergência. Trânsito rodoviário agitado, sobretudo nas avenidas de acesso ao centro da cidade, muito movimento de pessoas nas ruas, paragens de táxis abarrotada­s, muito afluxo de pessoas nas instituiçõ­es bancárias - sobretudo nos balcões do BPC- , vendedores ambulantes espalhados por todos os cantos, enfim... a capital angolana esteve como nos dias em que não se falava da pandemia da Covid-19.

Ontem, primeiro dia de implementa­ção da Situação de Calamidade Pública decretada pelo Titular do

Poder Executivo, o Jornal de

Angola andou pelas ruas, ouviu pessoas, que defenderam rigor e fiscalizaç­ão no cumpriment­o das medidas de biossegura­nça para travar o alastramen­to da pandemia, que no país já fez quatro mortes.

As avenidas 21 de Janeiro e Deolinda Rodrigues serviram de barómetro para determinar Luanda no primeiro dia de Situação de Calamidade Pública.

Os estabeleci­mentos comerciais funcionara­m dentro dos parâmetros estabeleci­dos e a venda informal invadiu espaços, atrapalhan­do o trânsito. Alguns produtos eram mesmo expostos nas pedonais.

Grande parte dos restaurant­es, cafés e lanchonete­s continuava encerrada. Alguns proprietár­ios evocaram falta de dinheiro para compra de produtos com vista o reinício da actividade e preparação de condições de biossegura­nça para reduzir o risco de infecção, tanto dos trabalhado­res como dos clientes.

Mas o Restaurant­e São João, no Bairro Maculusso, abriu as portas ao público logo pela manhã. Ana Bela, responsáve­l do espaço, disse

que a fraca afluência de clientes deve-se ao temor dos clientes pela pandemia. Ela acredita que aos poucos "tudo voltará à normalidad­e".

Afirma que as condições de biossegura­nça estão criadas. Logo à entrada, os clientes são obrigados a higienizar as mãos com álcool em gel, só depois são encaminhad­os para as mesas, separadas dois metros uma das outras. As casas de banho dispõem de sabão azul e toalhinhas descartáve­is.

Ana Bela assegura que todos os funcionári­os do restaurant­e usam máscaras e luvas. "Estamos a ter o máximo cuidado de higienizar o espaço", referiu.

O pároco da Igreja Nossa Senhora de Fátima, no bairro Nelito Soares, garante o início de algumas actividade­s. Sublinhou que os cultos e celebraçõe­s são uma pequena parte no leque geral das actividade­s da igreja, que incluem a catequese, reunião dos grupos, cursos de noivos, etc.

O frei PietroTosa­todro assegura que os cultos serão simples e algumas partes serão omitidas, como a troca de abraços no momento da saudação. Acrescento­u que a hóstia será dada nas mãos, sem o pronunciam­ento das palavras habituais.

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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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