Sede do Governo do Rio alvo de operação policial
A polícia brasileira realizou, ontem, uma vasta operação de busca e apreensão na residência oficial do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, no âmbito de uma investigação sobre desvio de recursos públicos para combater a pandemia da Covid-19.
A Polícia não informou se Witzel, ex-juiz federal, foi pessoalmente atingido por qualquer um dos 12 mandados de busca e apreensão que foram cumpridos nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
O governador não respondeu imediatamente às mensagens enviadas à assessoria de imprensa a solicitar comentários, nem se pronunciou a respeito do caso.
Uma investigação em andamento apontou irregularidades nos contratos concedidos para a construção de hospitais de emergência no Rio de Janeiro que envolveu autoridades da área da Saúde, informou a Polícia Federal num comunicado.
Segundo a autoridade local, elementos de prova obtidos durante investigações iniciadas no Rio de Janeiro “apontam para a existência de um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de Saúde do Estado”. Em 14 de Maio, os procuradores federais lançaram uma outra operação que cumpriu 25 mandados de busca e de prisão no Rio de Janeiro e no Estado de Minas Gerais.
Os procuradores informaram que um grupo de empresários procurou tirar proveito da pandemia provocada pelo novo coronavírus e desviou cerca de 3,9 milhões de reais em recursos públicos através de contratos para a construção de hospitais de campanha.
Witzel é adversário do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que recentemente mudou a direcção da Polícia Federal no Rio de Janeiro, gesto que motivou a demissão do então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. O ex-ministro acusou o Presidente brasileiro de querer informações privilegiadas sobre operações da Polícia no Rio de Janeiro antes de apresentar a demissão.