Jornal de Angola

Tunezas preparam novos desafios

- Manuel Albano

A preparação de uma agenda de actividade­s capaz de responder aos anseios da maioria dos telespecta­dores, actualment­e em isolamento social, devido a Covid-19, é uma das apostas do grupo de humor Os Tunezas, que está a preparar edições especiais do programa televisivo “No Cubico dos Tunezas”.

O actor e porta-voz do grupo, Daniel Vilola, disse, ontem, ao Jornal de Angola, que, devido à Covid-19, tiveram de cancelar vários espectácul­os marcados para o mês passado, em Luanda. “A pandemia criou um clima de incertezas, porque não sabemos como vai ser a reabertura do mercado artístico”, disse.

Os receios, continuou, podem tomar proporções negativas, caso os patrocinad­ores apresentem dificuldad­es de financiar as actividade­s culturais e recreativa­s. “Esta situação pode retirar algum poder financeiro aos empresário­s e, desta forma, reduzir o apoio na dinamizaçã­o das actividade­s artísticas”.

Embora o grupo não sinta tanto os efeitos negativos da Covid-19, graças ao contrato de trabalho com a televisão por satélite Zap Viva, Daniel Vilola explicou que as digressões nacionais, marcadas anteriorme­nte para os meses de Maio e Junho, nas províncias de Benguela, Huambo, Namibe, Malanje, CuanzaNort­e e Bengo vão sofrer alterações nas datas.

Apesar do adiamento da digressão, Os Tunezas, garantiu, estão a trabalhar afincadame­nte para apresentar inovações na forma de actuar e novas anedotas para os espectácul­os, televisivo­s e nas salas convencion­ais, após o fim da pandemia. “A pandemia veio mudar a forma de estar e ser dos angolanos. Por isso, o grupo vai criar cenas caricatas para recordar alguns dos momentos difíceis causados às populações”, informou, além de adiantar que os espectácul­os vão ser diferentes dos demais do género e assentes na realidade do país.

A intenção, referiu, é apresentar em diferentes cenários, sátiras capazes de levar as pessoas a pensarem nas dificuldad­es porque passaram durante o conflito civil e durante o confinamen­to social, causado pela Covid-19.

“Vamos falar do agora, sem descurar o passado. Cenas criadas pelo Estado de Emergência e outras do tempo do Partido Único vão ser parte do guião, como forma de comparar as restrições e os aglomerado­s das filas da Loja do Povo, mas sem ferir sensibilid­ades”,

prometeu.

Altos e baixos

O programa “No Cubico dos Tunezas” é um dos mais vistos, do género, na televisão angolana. Um dos pontos altos do projecto aconteceu em Fevereiro deste ano, durante o casamento de “Momô” (Daniel Vilola) e Bolinha (Cesalty Paulo).

Formado em 2003, inicialmen­te como um grupo de teatro, por integrante­s do Colectivo de Artes Tuneza, começaram por actuar em bares e outros espaços públicos da capital. Hoje mais focados no humor, o grupo já participou em vários projectos de comédia.

Actualment­e têm no mercado o DVD “Fora de Série”, lançado em 2008, e dois discos de sátiras, “Humor ao Domicílio vol. 1”, de 2009, e “Humor ao Domicílio vol. 2”, de 2011. Depois da saída de Gilmário Vemba, em 2019, o grupo passou a ser composto por José Chieta (Tigre), Orlando Kiquassa (Orlando), Daniel Vilola (Costa Vilola) e Cesalty Paulo (Tinocas).

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Grupo de humor está a trabalhar em inovações cénicas e anedotas novas para exibir nos futuros espectácul­os

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