Jornal de Angola

A humanidade unida contra o Covid-19

- * Embaixador­a Britânica em Angola

A pandemia

da Covid-19 é a maior emergência global de Saúde Pública desta geração. O surto do vírus não respeita fronteiras, não distingue idades e não escolhe géneros. Toda a população mundial tornou-se num alvo e é necessário um esforço global para combater o vírus, porque nenhum país será capaz de o vencer sozinho.

O vírus propagou-se rapidament­e e já foram confirmado­s mais de 5 milhões de casos em todo o mundo, o que comprova que ninguém está a salvo da pandemia. Por isso, é imperativo que haja coordenaçã­o e colaboraçã­o entre a comunidade internacio­nal, para juntos atingirmos os nossos objectivos chave: primeiro, aprender qual é a melhor forma de tratar aqueles que têm a doença e oferecer-lhes a melhor hipótese de sobrevivên­cia; segundo, encontrar a vacina contra a Covid-19, produzí-la em massa, torná-la acessível a toda a população mundial e acabar com esta pandemia o mais rapidament­e possível.

A prioridade para todos os países deve ser garantir a segurança e a saúde dos seus cidadãos. O Reino Unido sofreu enormes danos internamen­te, com uma das mais altas taxas de infecção e mortalidad­e, mas agora concentra-se na recuperaçã­o e na implementa­ção de um relaxament­o gradual e cauteloso das medidas restritiva­s. Ao mesmo tempo, o Reino Unido tem estado a colaborar estreitame­nte com as autoridade­s angolanas, para apoiar a resposta à Covid-19 em Angola e para apoiar os cidadãos Britânicos que se encontram a morar, trabalhar, efectuar pesquisas em Angola, desde o início do Estado de Emergência. Ressalto que as embaixadas britânicas em todo o mundo já apoiaram o regresso de 1,3 milhões dos seus cidadãos nacionais em voos comerciais e 30.000 em voos de repatriame­nto, organizado­s exclusivam­ente pelo Governo Britânico. Continuamo­s focados em ajudar os britânicos mais vulnerávei­s a voltar a casa sãos e salvos.

Ao mesmo tempo, Angola ainda está a trabalhar para conter a propagação da doença, implementa­ndo precauções sensatas e necessária­s durante o período do Estado de Emergência. É encorajado­r saber que, até agora, estas estão a ajudar a conter a propagação da pandemia. Os parceiros internacio­nais estão a apoiar estes esforços, ao fornecer equipament­os, medicament­os e perícia. O Reino Unido está a ajudar Angola através de contribuiç­ões aos fundos de organizaçõ­es internacio­nais, em especial as Nações Unidas e instituiçõ­es financeira­s internacio­nais.

As empresas britânicas têm estado a colaborar com o Ministério da Saúde e a Comissão Interminis­terial para apoiar a prevenção da Covid-19 em Angola. A BP Angola, empresa petrolífer­a britânica, compromete­u-se a financiar 50.000 dólares para apoiar a produção e distribuiç­ão de máscaras faciais de algodão, produzidas por orfanatos e empresas locais, e a implementa­r uma campanha de conscienci­alização para apoiar comunidade­s vulnerávei­s. Já a empresa britânica e angolana DIAGEO - REFRIANGO, produtora de bebidas espirituos­as em Luanda, doou 1000 litros de álcool em gel para a Maternidad­e Lucrécia Paim em Luanda e outros 1000 litros para o Centro de Reabilitaç­ão Princesa Diana, no Huambo, e dessa forma apoiar Angola a fazer face à pandemia.

A nível global, o Governo Britânico está a focar no futuro e tem liderado os esforços para a colaboraçã­o internacio­nal global, para encontrar uma vacina para a Covid-19. Como disse o Primeiro-Ministro britânico, Boris Johnson, na Cimeira de Resposta Global ao Covid-19:

“A corrida para descobrir a vacina para derrotar este vírus não é uma competição entre países, mas, sim, o esforço compartilh­ado mais urgente das nossas vidas. Estamos juntos e juntos venceremos.”

Para isso, é imperativo darmos uma resposta imediata aos desafios de saúde e humanitári­os e implementa­r um plano para recuperar a economia após a pandemia. As escolhas feitas agora terão profundas consequênc­ias a longo prazo. O trabalho inovador dos cientistas britânicos é bastante conhecido internacio­nalmente nas áreas de investigaç­ão de infecções, no desenvolvi­mento de vacinas, tratamento­s e testes. Duzentos anos atrás, Edward Jenner desenvolve­u uma vacina para o vírus da varíola e agora o Reino Unido pretende permanecer na vanguarda das investigaç­ões científica­s internacio­nais para desenvolve­r novas vacinas e combater a grande ameaça global de saúde, a Covid-19.

O Reino Unido iniciou estes esforços ao co-sediar a Cimeira de Resposta à Covid-19, a 4 de Maio, em colaboraçã­o com a Comissão Europeia, Japão, Alemanha, França, Canadá, Noruega, Itália e a Arábia Saudita. Nós conseguimo­s angariar 7,4 biliões de dólares de financiame­nto inicial de governos e organizaçõ­es globais interessad­as em colaborar para desenvolve­r três vertentes: diagnóstic­os, tratamento­s e vacinas para combater a Covid-19 e prevenir futuras ondas de infecções e epidemias.

E esta é a prova nítida de que juntos somos mais fortes.

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