Acesso aos testes é dos maiores desafios
regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para África reconheceu, ontem que o acesso aos testes à Covid-19 é “um dos maiores desafios” que os países da região enfrentam, três meses após a detecção do primeiro caso no continente.
Matshidiso Moeti falava na conferência de imprensa online para balanço da evolução da pandemia em África, durante a qual recordou que, na quartafeira, passaram “três meses desde que o primeiro caso foi relatado na África Subsaariana, na Nigéria”.
Desde então, disse, “os Governos têm estado a trabalhar dia e noite para conter a propagação deste vírus, com o apoio da OMS e parceiros”.
Neste trabalho, o acesso aos kits de teste e, portanto, à taxa de testados, é neste momento um dos maiores desafios para os países do continente.
Matshidiso Moeti referiu que, “com uma forte liderança nacional e a implementação de medidas sociais e de saúde pública, os casos em África continuam a ser inferiores aos de algumas outras partes do mundo”. No entanto, advertiu: “Não podemos baixar a guarda e não podemos ser complacentes”.
A dirigente da OMS lembrou que esta organização formou mais de 10.000 profissionais de saúde em África, como parte da descentralização da resposta, em áreas como a prevenção e controlo de infecções, gestão de casos, logística e apoio psicossocial”.
Este encontro virtual entre especialistas e a comunicação social contou com a participação da ministra da Saúde do Uganda, Jane Aceng, que respondeu a algumas questões colocadas sobre a aparente baixa na incidência da doença neste país, que não regista mortos.
Jane Aceng explicou que o país tem atravessado vários surtos de doenças graves, como o Ébola, o que obrigou à criação de capacidade e de sistemas que facilmente são activados para responder a questões epidémicas.
Esta capacidade permite hoje ao Uganda “acompanhar o que está a acontecer em todo o país e responder imediatamente”, adiantou.
Em contraste, a África do Sul é o país do continente a registar mais casos da Covid-19 (25.937), com a Cidade do Cabo a contabilizar uma em cada dez pessoas infectadas de África.
O ministro da Saúde sulafricano, Zwelini Mkhize, que participou neste evento online, recordou que o país adoptou as medidas de contenção que visaram, nomeadamente, impedir a importação de casos.
Contudo, explicou, em algumas regiões continuou a registar-se pequenos surtos, razão pela qual, apesar de a maior parte do país estar estável, fez com que os casos continuassem a subir em determinadas zonas.
Reconheceu que a situação na Cidade do Cabo preocupa as autoridades, mas garantiu que estão a ser tomadas medidas de prevenção e que a aposta continua a ser o distanciamento social e o uso de protecção, como máscara.
Ainda assim, o país está gradualmente a retomar a sua actividade, razão por que Zwelini Mkhize insiste nestas medidas de protecção.