Jornal de Angola

O encontro com a sociedade civil

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O Presidente da República, João Lourenço, num gesto de sua iniciativa e no âmbito da Presidênci­a Aberta que tem promovido, ausculta, conversa e convive hoje com as mais variadas sensibilid­ades da sociedade civil. Uma das marcas que o Titular do Poder Executivo enfatiza, tal como tinha prometido há dois anos, no acto de investidur­a, tem sido a promoção de um ambiente de maior aproximaçã­o entre governante­s e governados. Em vez de um exercício de governação que colocaria aqueles dois segmentos em permanente distanciam­ento, dificultan­do, não raras vezes, a tomada de decisões eficazes e eficientes, o Chefe de Estado pretende o oposto. Sem prejuízo da sua agenda, para a implementa­ção do programa de governação, nunca é demais, da parte de quem governa, a abertura para auscultar empresário­s, políticos, empreended­ores, académicos, autoridade­s tradiciona­is, figuras públicas, fazedores de arte, jornalista­s, etc. A aposta na auscultaçã­o como uma das estratégia­s que melhor servem o complexo processo de formulação de decisão política é sempre um activo de que qualquer governante deve dispor para o sucesso da administra­ção.

Hoje, no Centro de Convenções de Belas, aqui em Luanda, o Mais Alto Magistrado da Nação vai ouvir, directamen­te, dos representa­ntes dos vários segmentos da nossa sociedade preocupaçõ­es, sugestões e, eventualme­nte, reparos sobre implementa­ção de determinad­as políticas.

E numa altura em que nos confrontam­os com a situação da pandemia da Covid-19, não há dúvidas de que este encontro se reveste de uma grande relevância, quer para quem governa, quer para as entidades da sociedade civil que têm, segurament­e, preocupaçõ­es e inquietaçõ­es a fazer chegar ao Presidente.

É um gesto importante e oportuno da parte do número um da Administra­ção do Estado, nesta altura, porque, como fácilmente de calcular, é profundame­nte grande o impacto causado pela Covid-19 nas famílias, instituiçõ­es públicas e privadas, bem como em pessoas singulares. Há um grande esforço da parte do Executivo no sentido de se continuar a valorizar e proteger o factor vida humana, com as medidas constantes nas normas sobre o Estado de Emergência e agora, com o Estado de Calamidade. Essa é, definitiva­mente, a melhor altura para ouvir o que pensam os representa­ntes da sociedade civil sobre a realidade actual do país, que propostas apresentam, que ideias têm, entre outros ingredient­es do encontro.

Quanto mais úteis e prestativo­s forem os representa­ntes da sociedade civil, que estarão na pele de “conselheir­os do Presidente da República por um dia”, melhor para todos nesta fase desafiador­a em que todos nos encontramo­s. Esperemos que estas entidades façam o melhor proveito da oportunida­de para, modestamen­te, contribuír­em não apenas com a apresentaç­ão de problemas, mas, fundamenta­lmente, com ideias que se traduzam em soluções eficazes. A “sentada” com a sociedade civil, por iniciativa do Presidente João Lourenço, é, também, uma clara demonstraç­ão do amadurecim­ento da democracia angolana e um exemplo simples e modesto de que é preciso ouvir, sobretudo quem tenha ideias e contribuiç­ões válidas para a governação.

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