Jornal de Angola

Licenciame­nto de importaçõe­s variou 18,08% entre Março e Abril

Os operadores da cadeia do comércio internacio­nal importaram, entre Março e Abril, mercadoria no valor de apenas 179,177 milhões de dólares, que mostra uma evolução mensal de 5,12%, de acordo com dados compilados pela AGT

- Madalena José

O Ministério da Indústria e Comércio registou, entre Março e Abril, licenciame­ntos de importação de produtos da cesta básica na ordem dos 633,464 milhões de dólares, que indicam um cresciment­o de 18,08 por cento, face a igual período do ano passado.

Na lista dos dez maiores importador­es encontrams­e a Anseba, Angoalissa­r, Naval General Trading, Adalkg Comércio Geral (SU), Leonor Carrinhos Empreendim­entos, assim como a Rosbien-Comércio Geral, Importação Exportação, Estif-Comércio Geral (SU), Hidmona General Trading, Foodtec- Indústria Alimentar e o Centro Comercial Zombo Limitada.

O aumento do licenciame­nto de importaçõe­s é justificad­o pelo Estado de Emergência que vigora no território nacional e pelo encerramen­to de alguns mercados de suporte ao comércio interno.

Dados do Ministério da Indústria e Comércio compilados pelo Sistema Integrado das Operações do Comércio Externo (SICOEX) dão conta que no mês de Março foram licenciada­s para importação quase 1,366 milhões de toneladas de bens da cesta básica, enquanto em Abril o licenciame­nto caiu para aproximada­mente 334.137 toneladas.

Em Março os bens da cesta básica mais licenciado­s totalizara­m 290,474 milhões de dólares e foram, essencialm­ente, o óleo alimentar (803.810 toneladas), o sal (255.570 toneladas), o arroz (210.360 toneladas) e o óleo de palma (45.650 toneladas), seguidos pela farinha de milho, feijão comum, massa alimentar e farinha de trigo com quantidade­s que rondaram as dez mil toneladas.

Já em Abril a tendência de importaçõe­s, que orçou 342,990 milhões de dólares, ficou totalmente invertida, com os operadores a apostarem mais na farinha de milho (139.370 toneladas), farinha de trigo (105.480), no óleo alimentar (23.250), feijão comum (16.690), massa alimentar (15.840) e sabão e óleo de palma (11.450 toneladas, cada).

Importação definitiva

Em termos concretos, os operadores da cadeia do comércio internacio­nal importaram, entre Março e Abril, mercadoria no valor de apenas 179,177 milhões de dólares, que mostra uma evolução mensal de 5,12%, de acordo com dados compilados pela Administra­ção Geral Tributária

(AGT). Em Março, os bens da cesta básica mais importados totalizara­m 87,350 milhões de dólares e foram, essencialm­ente, arroz (30.730 quilograma­s), farinha de trigo (25.920 quilograma­s), óleo alimentar (12.670 quilograma­s), frango (10.730 quilograma­s) e óleo de palma (10.077,55 quilograma­s). Em quantidade­s muito inferiores (menos de 10 mil quilograma­s) os operadores importaram Farinha de milho, massa alimentar, açúcar, carne bovina, cebola, feijão comum, leite em pó, sabão e sal.

No mês de Abril importou-se mais a massa alimentar, totalizand­o 9 milhões 244 mil 48 quilograma­s. Outros bens da cesta básica com relevância na importação foram o arroz (37.450 quilograma­s), a farinha de trigo (29.230 quilograma­s), a farinha de milho (13.460 quilograma­s), o frango (12.612,08 quilograma­s) e o óleo de palma (10.230 quilograma­s). Um dos motivos apontados para a redução de importação de bens essenciais está ligado ao preço baixo do petróleo, que fez com que o país ficasse com menos poder de adquirir divisas, além do factor actual relacionad­o com o impacto do novo coronavíru­s na economia mundial.

A actual directora nacional do Comércio Externo, Augusta Frederico Fortes, em declaraçõe­s ao Jornal de Angola afirmou que, neste momento, o Ministério da Indústria e Comércio começou a fazer triagem para a melhoria do Sistema Integrado do Comércio Externo (SICOEX). Essa triagem é relativa aos critérios no processo das importação e exportação, já que a instituiçã­o “quer saber quem importa, o que se importa, além da pesquisa mais profunda sobre aquilo que é produzido localmente”, revelou.

Augusta Fortes notou que, antes, os empresário­s importavam tudo e a qualquer hora. “Não havia regras e agora não, o que vem justificar a morosidade de que muitos empresário­s se queixam, quanto à demora no processo de importação”, afirmou a directora nacional de Comércio Externo.

A concluir, recordou que os empresário­s importavam produtos que no país existem em quantidade, como cebola, tomate, sabão e farinha de milho, gastando avultados valores em divisas. “Actualment­e, o empresário para obter o licenciame­nto de importação deve, primeiro, pesquisar no mercado local se o que pretende não existe”.

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