Número de desemprego pode chegar a 24, 7 milhões em todo o mundo
Medidas que visam proteger aqueles que enfrentam perdas de rendimento por causa da infecção ou que venham a reduzir a actividade económica são fundamentais para estimular ou suster a economia, defende o psicólogo do Trabalho, Aurio Filomeno Sebastião.
O especialista disse que para a realidade de Angola torna-se mais catastrófico por não ter um sistema de protecção social ao desemprego. Afirmou que há um conjunto de pessoas que já foram despedidas e outras que terão os seus contratos de trabalho não renovados e, por consequência deste facto, verão os seus rendimentos e das suas famílias comprometidas.
Os empresários das micro e pequena empresas, maior tecido económico angolano, encontram-se, em grande medida, numa situação de inactividade, além de serem forçados a dispensar os trabalhadores, vêem as suas actividades económicas comprometidas. Esta situação incompensável deverá afectar não só os trabalhadores por conta de outrem, mas também e acima de tudo, trabalhadores independentes ou por conta própria sem alguma protecção de manutenção de seus rendimentos, estando dependente apenas dos seus rendimentos diários.
Aurio Sebastião afirmou ainda que dado o actual ambiente de incerteza e medo, as empresas são menos susceptíveis a investimentos, compras de bens e a contratação de trabalhadores.
A crise no sistema sanitário a nível mundial, provocada pela pandemia da COVID-19, tem impactado, negativamente, os sistemas económicos e o mercado de trabalho, conforme declaração da Organização Internacional do Trabalho (OIT), afectando não só a oferta, a produção de bens e serviços, mas também o consumo e o investimento.
Os impactos do crescimento do vírus utilizado para as estimativas de desemprego sugerem um adicional de 8,8 milhões de pessoas a trabalharem na condição de pobreza em todo o mundo do que o inicialmente estimado (ou seja, um total de pré-declínio de 5,2 milhões de trabalhadores pobres em 2020 em comparação com um declínio de 14 milhões provocados pela COVID -19).
A OIT aponta para um aumento significativo do desemprego e do subemprego em consequência da propagação da COVID19. Estima-se um aumento na ordem dos 24,7 milhões, a partir de um nível de base de 188 milhões em 2019.
A OIT estima que 58,6% das mulheres empregadas trabalham no sector de serviços em todo o mundo, em comparação com 45,4% dos homens, trabalhadores desprotegidos com maior enfoque trabalhadores independentes, trabalhadores migrantes são particularmente vulneráveis ao impacto da crise COVID-19.
O sector de serviços, turismo, viagem e informal são, especialmente, os mais vulneráveis. De acordo com uma avaliação inicial pelo Conselho Mundial do Comércio e Turismo prevê um declínio em escalas internacionais de até 25% em 2020, o que colocaria milhões de empregos em risco.