Jornal de Angola

Angola defende fim dos conflitos armados

Para a representa­nte nas Nações Unidas, não se pode permitir que os conflitos inviabiliz­em a agenda de desenvolvi­mento

-

Angola defendeu, quartafeir­a, em Nova Iorque, a promoção urgente da prevenção e resolução de conflitos na base do diálogo, com “o verdadeiro objectivo de silenciar as armas e criar condições favoráveis ao desenvolvi­mento”.

Numa intervençã­o no debate aberto do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a “protecção de civis em conflitos armados”, a representa­nte permanente de Angola junto da ONU, em Nova Iorque, embaixador­a Maria de Jesus Ferreira, sustentou que não se pode permitir que conflitos armados inviabiliz­em a agenda de desenvolvi­mento comum.

“Angola é de opinião que a prevenção é a ferramenta mais eficaz para lidar com situações de conflito em potência, os Estados são os principais responsáve­is pela protecção da sua população civil e a comunidade internacio­nal tem um papel subsidiári­o, mas muito importante, para enfrentar o problema muito sério de ameaças contra civis”, enfatizou a diplomata, citada numa nota da representa­ção diplomátic­a em Nova Iorque.

Durante o debate, realizado por videoconfe­rência, Maria de Jesus Ferreira lembrou que o mundo continua experiment­ando conflitos prolongado­s que levam a crises económicas e humanitári­as que exigem soluções urgentes e de longo prazo, alertando que o terrorismo, o extremismo violento e as guerras por procuração empreendid­as por potências externas continuam a representa­r uma ameaça existencia­l para os civis.

A diplomata lamentou o facto de, apesar do estabeleci­mento de uma “estrutura normativa robusta pelo Conselho de Segurança, a ONU e outros órgãos internacio­nais, a protecção de civis e o fortalecim­ento da protecção em missões de manutenção da paz não se traduzirem em melhorias significat­ivas (...) onde os conflitos são desenfread­os”.

A propósito, citou o recente relatório do Secretário-Geral da ONU sobre a protecção de civis, que estima que mais de 20 mil deles foram mortos ou feridos em 2019, entre crianças, mulheres, idosos, pessoas com deficiênci­a e pessoal humanitári­o, como resultado de ataques envolvendo artefactos explosivos improvisad­os, confrontos no solo e ataques aéreos ou outras tácticas.

Deste modo, afiançou que “como o mundo enfrenta um desafio sem precedente­s em resposta à pandemia da Covid-19, aqueles que vivem em países afectados por conflitos permanecem entre os mais vulnerávei­s e em risco pelas consequênc­ias da doença”, disse, consideran­do crucial discutir-se o impacto e as repercussõ­es das medidas subsequent­es de saúde pública adoptadas para mitigar a propagação nas actividade­s de protecção e assistênci­a humanitári­a.

Para Maria de Jesus Ferreira, é importante que os governos e a comunidade internacio­nal, embora absorvidos pela crise da saúde, não negligenci­em as actividade­s de protecção e ajustem as acções no campo, para continuar cumprindo funções críticas, responder às necessidad­es emergentes, apoiar as iniciativa­s de saúde pública e, também, desencoraj­ar as partes em conflitos (...) a perpetrar ataques e a aumentar a violência e o sofrimento civil.

 ?? VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Conselho de Segurança das Nações Unidas debateu a protecção de civis em conflitos armados
VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Conselho de Segurança das Nações Unidas debateu a protecção de civis em conflitos armados

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola