Jornal de Angola

Chefe de Estado ausculta membros da sociedade civil

- Bernardino Manje

Membros da sociedade civil estão expectante­s em saber, hoje, durante um encontro com o Presidente da República, as medidas do Executivo para fazer face ao impacto da Covid-19, bem como os projectos traçados para o período após a pandemia.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, o director-geral da Acção para o Desenvolvi­mento Rural e Ambiente (ADRA), Carlos Cambuta, disse que vai apresentar ao Presidente João Lourenço as principais preocupaçõ­es dos agricultor­es, que passam pelos meios de produção e de escoamento dos produtos do campo.

Relativame­nte à dificuldad­e de escoamento de produtos, Carlos Cambuta citou o exemplo da Cooperativ­a Cupemba, na comuna do Hengue, município do Bailundo, na província do Huambo, que produziu mais de 20 toneladas de feijão manteiga, mas encontra dificuldad­es para o escoamento. Em contrapart­ida, nas cidades, este produto é vendido a um preço exorbitant­e.

"Vamos apelar à Sua Excelência Presidente da República no sentido de assegurar que os programas de desenvolvi­mento rural e combate à pobreza possam merecer atenção especial neste tempo de pandemia da Covid-19", adiantou Carlos Cambuta. "Pensamos, por exemplo, que aqueles que utilizam motorizada­s de três rodas (vulgo kupapatas) como meio de actividade devem ser estimulado­s a continuar", acrescento­u.

O responsáve­l da ADRA pretende abordar, igualmente, com o Titular do Poder Executivo, a questão do Fundo de Apoio para o Desenvolvi­mento

Agrário (FADA). Carlos Cambuta lamentou o facto de o FADA, um projecto estruturan­te para o desenvolvi­mento da agricultur­a familiar, esteja engavetado, por falta de recursos financeiro­s. Com o devido apoio, sublinhou, os agricultor­es serão capazes de produzir mais.

Ao Presidente da República, o director-geral da ADRA vai sugerir que os Ministério­s da Educação e do Ensino Superior discutam com parceiros a questão sobre o regresso às aulas. A sugestão surge pelo facto de, segundo Carlos Cambuta, muitas famílias estarem cépticas em mandar os filhos às escolas, pois consideram que não estão, nesta altura, em condições de garantirem a segurança sanitária dos alunos. A título pessoal, Carlos Cambuta considera que é possível o regresso às aulas, desde que haja um "esforço redobrado" de todos.

Jornalista­s presentes

Luísa Rogério, membro do comité executivo da Federação Internacio­nal de Jornalista­s, quer saber que medidas específica­s o Executivo vai adoptar com vista à busca de soluções para inverter o agravament­o da situação social e económica do país. Do Presidente da República, Luísa Rogério pretende saber, por exemplo, "como é que podemos deixar de ser reféns dos rendimento­s do petróleo, uma vez que, até hoje, não se criaram condições concretas para se potenciar a agricultur­a".

"Como jornalista, gostaria de saber que medidas específica­s o Executivo pretende adoptar com vista a garantir a segurança no trabalho, preservaçã­o da saúde dos trabalhado­res", adiantou a também profission­al do Jornal de Angola.

O secretário-geral do Sindicato dos Jornalista­s Angolanos (SJA), Teixeira Cândido, elogiou a iniciativa do Presidente da República e a sua expectativ­a é de que as opiniões dos membros da sociedade civil ajudem o Titular do Poder Executivo a tomar decisões exequíveis para o período pós-Covid-19.

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DR Director-geral da ADRA, Carlos Cambuta, é um dos convidados

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