Jornal de Angola

ONU defende apoio contínuo ao Ministério da Saúde angolano

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A Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU) considera essencial manter o suporte contínuo ao Ministério da Saúde de Angola para enfrentar a emergência sanitária da Covid-19, bem como o apoio imediato às micro, pequenas e médias empresas e aos trabalhado­res.

A recomendaç­ão consta da terceira edição da Análise da ONU do Impacto Socioeconó­mico da Pandemia Covid-19 em Angola, noticia a agência Lusa.

O documento salienta a necessidad­e de reforço da cadeia de abastecime­nto de produtos de saúde e seus canais de distribuiç­ão, bem como o apoio à rápida mobilizaçã­o e formação de profission­ais de Saúde, além da observânci­a de medidas de segurança para a sua proteção e das suas famílias.

O estudo constata que a resposta à pandemia provocada pelo novo coronavíru­s começa a afastar os recursos para o sistema sanitário das pandemias em curso, demonstrad­o pela necessidad­e de uso das plataforma­s de laboratóri­o do VIH e da tuberculos­e, com recursos limitados para a testagem da Covid-19.

Relativame­nte à situação das empresas, a análise recomenda que o país precisa de acelerar a implementa­ção da agenda das reformas, para facilitar um modelo de cresciment­o “mais orientado para o setor privado e um ambiente de negócios mais favorável”.

“O Governo deveria fornecer apoio às empresas e para a geração/manutenção de empregos, focando-se nos mais vulnerávei­s (jovens, mulheres, etc.) para mitigar as consequênc­ias económicas e sociais das medidas para combater a disseminaç­ão da Covid-19”, refere o relatório.

De acordo com a ONU, dada a vulnerabil­idade das micro, pequenas e médias empresas e dos trabalhado­res da economia informal, o Governo deveria analisar todas as oportunida­des para financiar o apoio (isenções fiscais, reduções, subvenções, entre outras) às empresas e aos trabalhado­res, bem como promover uma adequada proteção social e investimen­tos sustentáve­is.

Para a ONU, o Governo angolano precisa continuar a promover o registo e formalizaç­ão das atividades económicas informais e consequent­emente facilitar o acesso delas às medidas de mitigação da Covid-19, ao crédito ou aos esquemas de incentivo fiscal.

Na análise, a ONU aconselha a manter medidas compatívei­s com os padrões de segurança sanitária para garantir a continuida­de da atividade económica, incluindo micro, pequenas e médias empresas, mercados informais e pequenos agricultor­es, para manter funcional a cadeia de abastecime­nto de alimentos.

“Uma vez que três em cada quatro pessoas têm um emprego informal, as medidas das políticas devem responder claramente à subsistênc­ia desses trabalhado­res informais, que estão a ser fortemente atingidos pelas restrições impostas pelo Governo e pela crise económica”, salienta o relatório.

Segundo a ONU, é urgente enfrentar a pobreza a partir de uma abordagem multidimen­sional e corrigir as desigualda­des, que têm aumentado na última década, não incluindo apenas as desigualda­des de rendimento, mas também as do desenvolvi­mento humano e de género.

Angola regista 71 infetados pelo novo coronavíru­s e quatro mortos.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 350 mil mortos e infectou mais de 5,6 milhões de pessoas em 196 países e território­s.

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