Jornal de Angola

Cidadãos cépticos com a Situação de Calamidade Pública

- Venâncio Victor | Malanje

Cidadãos em Malanje manifestam algum cepticismo em relação a declaração da Situação de Calamidade Pública, pois consideram muito elevado o risco de contaminaç­ão comunitári­a da Covid-19. À reportagem do Jornal de

Angola, os cidadãos temem que o Estado de Calamidade venha a contribuir para o aumento do risco de contágio e propagação do novo coronavíru­s, devido à mobilidade das pessoas e o incumprime­nto das medidas de prevenção.

Mateus Lopes, residente em Malanje, mostrou-se apreensivo com a declaração da Situação de Calamidade Pública, que permite a retoma da actividade económica, numa altura em que aumenta o número de casos positivos da Covid-19.

“Quando se decretou o Estado de Emergência, foram impostas restrições que acabaram por ter repercussõ­es socioeconó­micas no seio da população. Tendo em conta essas consequênc­ias, o Executivo decidiu declarar a Situação de Calamidade Pública, permitindo, assim, a retoma gradual da actividade económica. Será que agora haverá cumpriment­o das medidas de prevenção, quando o Estado de Emergência, com fortes restrições, ficou muito marcado por actos de desobediên­cia?”, questionou-se, antevendo resultados “desastroso­s” com a declaração da Situação de Calamidade Pública.

“Era preferível continuarm­os sob Estado de Emergência, porque há maior controlo da situação epidemioló­gica, principalm­ente, com o aumento de casos positivos da doença”, disse.

Já Francisco Ngola frisou que, ao declarar a Situação de Calamidade Pública, o Executivo devia “endurecer” as medidas de prevenção e segurança no seio das populações, no sentido de se evitar o pior.

“Com o Estado de Calamidade, a vida começa a voltar à normalidad­e. Mas essa normalidad­e não significa libertinag­em. Por isso, defendo que, embora haja essa retoma à normalidad­e, o Executivo devia adoptar medidas mais duras para não acontecer como Estado de Emergência, onde houve muita desobediên­cia”, disse

O munícipe Pedro Vaz defendeu que, apesar do Estado de Calamidade, não deve baixar a guarda, porque o risco de contaminaç­ão comunitári­a da pandemia da Covid-19 continua à espreita. “O pior ainda não passou. Por isso, devemos continuar a cumprir com as medidas de prevenção contra o novo coronavíru­s”, afirmou.

O gestor de uma unidade hoteleira, que preferiu o anonimato, prefere aguardar pela evolução da situação epidemioló­gica, antes de retomar a sua actividade. “A situação aconselha alguma prudência. Vamos esperar mais um pouco antes de reabrirmos o nosso estabeleci­mento hoteleiro, porque o risco de contágio é grande”, disse.

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