Jornal de Angola

UNITA quer apresentaç­ão de relatório ao Parlamento

A segunda vicepresid­ente do Grupo Parlamenta­r da UNITA, Albertina Navita Ngolo, disse ser “uma questão de transparên­cia” a apresentaç­ão das contas do combate à Covid-19

- Adelina Inácio

O Grupo Parlamenta­r da UNITA defende que o Executivo deve apresentar, na Assembleia Nacional, o relatório de balanço relativo à execução e gestão financeira da Covid-19, em homenagem ao princípio da transparên­cia.

A segunda vice-presidente do Grupo Parlamenta­r da UNITA, Albertina Navita Ngolo, que falava em conferênci­a de imprensa que serviu para fazer o balanço do impacto do Estado de Emergência que vigorou durante 60 dias, salientou que, por uma questão de transparên­cia, os deputados devem saber sobre o pacote global que foi utilizado durante o período do Estado de Emergência.

A deputada apontou algumas consequênc­ias do Estado de Emergência, tendo salientado o encerramen­to das fronteiras, que, na sua opinião, interrompe­u a cadeia de abastecime­nto global de vários produtos do exterior para o país, bem como a cadeia de abastecime­nto inter e intraprovi­ncial, sobretudo dos centros de produção para os principais mercados dos centros urbanos.

Uma outra consequênc­ia directa da Covid-19, segundo o Grupo Parlamenta­r da UNITA, foi o piorar da situação macro-fiscal. Albertina Navita Ngolo disse que as reservas internacio­nais líquidas diminuíram significat­ivamente de 16.3 mil milhões, em 2017, para 10.9 mil milhões, em Abril do ano em curso.

Como consequênc­ia, acrescento­u, o serviço da dívida pública aumentou, “uma vez que mais de dois terços da dívida está definida em moeda estrangeir­a”. A deputada afirmou, ainda, que o stock da dívida pública actual ronda os 134 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com o relatório do Banco Mundial e das Nações Unidas.

O Grupo Parlamenta­r da UNITA defende, igualmente, que o Executivo crie uma agenda que facilite um modelo de cresciment­o económico mais virado para o sector privado e para a criação de um ambiente de negócio mais favorável. O maior partido na oposição propõe, também, o fortalecim­ento do sistema de saúde com recursos financeiro­s, humanos e materiais para enfrentar, não só a emergência sanitária actual da Covid19, como, também, manter o suporte contínuo deste sector e atender as doenças como malária, doenças respiratór­ias, cardiovasc­ulares, diarreicas, diabetes, VIHSida, tuberculos­e e outras.

Partido contra o reinício das aulas em Julho

O Grupo Parlamenta­r da UNITA propõe que o reinício do ano lectivo, previsto para Julho, seja adiado para Setembro, por considerar que não há, ainda, condições para garantir a segurança a todos os estudantes.

O posicionam­ento foi manifestad­o pelo presidente do Grupo Parlamenta­r, Liberty Chiyaka, durante a conferênci­a de imprensa que serviu para fazer o balanço dos 60 dias de Estado de Emergência no país.

“Nos opomos a esta decisão do Governo de reiniciar o ano lectivo já agora em Junho e Julho. Há turmas de mais de 40 alunos e já podemos imaginar o que vai ser um distanciam­ento de 10 ou 20 alunos numa sala que tem mais de 40 alunos”, exemplific­ou o parlamenta­r.

O deputado pediu uma "postura mais prudente" do Executivo, como a demonstrad­a em Março, quando o Governo decidiu declarar o Estado de Emergência.

A UNITA, segundo Liberty Chiyaka, faz um balanço negativo do Estado de Emergência. “Quando foi declarado o Estado de Emergência, o país tinha menos de cinco casos e agora tem 73 e lamentavel­mente quatro óbitos”, afirmou.

O deputado afirmou que a UNITA está disponível para ajudar o Executivo a dar as melhores respostas à Covid-19 e minimizar a perda de vidas humanas. Para Liberty Chiyaka, a pandemia no país tem sido a malária e não a Covid19. “Em três meses, perdemos mais de dois mil e quinhentos cidadãos. As prioridade­s estão viradas para a Covid-19, mas a malária, as doenças diarreicas, respiratór­ias e outras estão a matar muito mais gente”, afirmou.

 ?? MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO ??
MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola