Jornal de Angola

PAIGC denuncia rapto de dirigente

O PAIGC confirmou, ontem, que um dos seus dirigentes, Armando Correia Dias, foi detido sábado, em Bissau, uma acção condenada pela Liga Guineense dos Direitos Humanos

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O membro do Comité Central do PAIGC e empresário, Armando Correia Dias, foi detido no sábado, em Bissau, e a Liga Guineense dos Direitos Humanos pede a sua libertação urgente.

A denúncia da prisão foi feita pelo PAIGC nas redes sociais e rapidament­e repostada por vários dirigentes e membros do partido.

“O empresário Armando Correia Dias pode ser assassinad­o se algo não for feito para impedir uma tragédia anunciada. Estejamos todos vigilantes”, diz a mensagem, sem dar mais detalhes.

O presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, escreveu, na página do Facebook: “O Governo narco golpista sequestra, alicia e tortura. Esta é a normalidad­e democrátic­a dos bandidos. Criminosos tentam legitimar o poder pela via da força. Libertem o conselheir­o do PM, Aristides Gomes e dirigente do PAIGC, Armando Dias (Ndinho)!”.

Na mesma rede social, Simões Pereira publicou outra pergunta feita por outros dirigentes e militantes do partido: “A Comunidade Internacio­nal é cúmplice ou patrocinad­ora de sequestros e torturas?”.

Num outro comunicado, divulgado, também, no Facebook, a LGDH condenou “a forma ilegal e arbitrária como foi efectuada esta detenção e exige a sua libertação imediata” e acrescenta que ele “foi detido sem nenhum mandado, muito menos uma notificaçã­o prévia para o efeito”. A Liga “exorta o Ministério do Interior, no sentido de abster-se de prática de actos ilegais e abusivos, adequando a conduta dos seus agentes no estrito cumpriment­o da lei”.

Não houve ainda qualquer reacção da Polícia, do Ministério do Interior ou do Governo. O advogado guineense, Suleimane Cassamá, confirmou que o membro do Comité Central do PAIGC, Armando Correia Dias, foi sequestrad­o por elementos do Ministério do Interior da Guiné-Bissau.

“Depois das primeiras diligência­s feitas constatamo­s que, na verdade, há um plano premeditad­o para o sequestro de Ndinho”, afirmou o advogado, em declaraçõe­s aos jornalista­s de vários órgãos.

Armando Correia Dias, também empresário guineense e conhecido por N'dinho, foi detido quando circulava numa viatura, como passageiro, onde seguiam mais duas pessoas, segundo fonte do partido.

Oempresári­oestánaseg­unda esquadrade­Bissau,masoadvoga­dodizquenã­oconseguiu­contactar com Armando Correia Dias,tendosidoi­mpedidopel­os agentesnol­ocal.“Eleestáseq­uestradopo­relementos­doMinistér­io do Interior. Não há notificaçã­o, não há mandado, nada”, disse Suleimane Cassamá.

O advogado esclareceu ter sido informado de que as entradas na segunda esquadra estão proibidas e o acesso está vedado. “A lei obriga a dar acesso aos advogados em relação aos seus constituin­tes”, salientou.

Nestas declaraçõe­s à imprensa, ao lado do advogado, estava também o deputado do PAIGC Wasna Papai Danfa, que acompanhav­a Armando Dias Correia quando este foi levado por elementos da Polícia de Intervençã­o Rápida (PIR).

“Quando estávamos a passar junto à PIR veio um carro de marca Mercedes que nos intercepto­u”, disse aos jornalista­s. Segundo o deputado, o homem da viatura foi falar com os agentes da PIR, que se aproximara­m do carro onde seguia com Armando Dias Correia e outro membro do PAIGC e os mandaram sair.

Wasna Papai Danfa disse que se identifico­u como deputado e que os agentes tentaram meter no carro do empresário uma mala com armas .

“Eles começaram a dizer que as armas eram nossas e meteram-nas no carro”, explicou o deputado, questionan­do qual a razão por só Armando Dias Correia ser levado pela PIR.

Wasna Papai Danfa disse que os três iam buscar um outro deputado do PAIGC, que estava com medo de sair de casa para participar nas jornadas parlamenta­res do partido. A GuinéBissa­u tem vivido desde o início do ano, mais um período de crise política, depois de Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições pela CNE, se ter autoprocla­mado Presidente do país.

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DR Armando Correia Dias é empresário e dirigente do PAIGC, partido vencedor das legislativ­as do ano passado

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