300 milhões de euros e carros de luxo apreendidos pela Judiciária
de Portugal já confiscou mais de 300 milhões de euros que acredita pertencerem a Isabel dos Santos.
As buscas realizadas abrangeram também outras sociedades que a investigação considera serem património da esfera da empresária angolana.
São oito processos autónomos em que se investigam crimes de branqueamento de capitais através do EuroBic. O ponto de partida é o dinheiro do Estado angolano alegadamente colocado em contas nacionais tituladas por várias entidades controladas por familiares de José Eduardo dos Santos e para seu benefício pessoal.
É esta a informação, a que a televisão portuguesa TVI teve acesso, que sustenta as 68 buscas levadas a cabo pela Unidade Nacional de
Combate à Corrupção da Polícia Judiciária (PJ) entre quarta e quinta-feira.
Os visados são o casal Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, e o marido Sindika Dokolo, a quem a investigação portuguesa já congelou mais de 300 milhões de euros que circulavam em contas nacionais, além do arresto de um vasto património. Nesta última operação, procurava-se documentação bancária e contabilística, agendas, notas pessoais e de pagamentos, computadores, ipads, tablets, pendrives e cópias de emails.
O objectivo era apreender estes objectos e eventuais indícios que consolidem as provas de que a família Dos Santos lava grande parte da sua fortuna, alegadamente obtida de forma ilícita, em Portugal. A Polícia Judiciária portuguesa avançou assim do Porto ao Algarve, tendo feito buscas numa casa de luxo na Quinta do Lago, que se presume ser do casal. Sindika Dokolo, que tal como Isabel dos Santos está fora de Portugal, foi também alvo de buscas num edifício de 11 andares que detém em Rio de Mouro, concelho de Sintra, tal como no interior de um Porsche Panamera que ali tem estacionado.
O processo refere que cerca de 40 entidades alegadamente relacionadas com Sindika, sociedades que a PJ acredita serem veículos utilitários ao branqueamento de capitais.
Segundo o jornal Expresso, foi alvo de buscas a advogada Raquel Lourenço, com escritório no número 190 da Avenida da Liberdade, o mesmo edifício onde têm sede as sociedades H33 e Fidequity, geridas por Vasco Pires Rites e Nuno
Moreira Frutuoso, que pertencem à família Dos Santos.
Os dois gestores foram alvo de buscas nas suas casas, no Porto, assim como nos seus carros de luxo - um Mercedes CLS, um BMW Série 5 e um Range Rover.
Muitas outras sociedades foram visitadas pelos inspectores, nas 68 buscas, sobretudo no Porto, assim como cofres bancários numa agência do Novo Banco naquela cidade.
Os crimes precedentes para as suspeitas de branqueamento de capitais estão em Angola, que colabora na participação de crimes como corrupção ou peculato, e, nos processos que estão a ser acompanhados pelo juiz Carlos Alexandre.
Os próximos passos da investigação podem implicar a emissão de mandados de captura internacionais.