Jornal de Angola

O investimen­to privado e procedimen­tos burocrátic­os

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Vivemos em tempo de pandemia, geradora de uma crise sanitária, económica e financeira, situação que entretanto deve inibir as instituiçõ­es de promoção do investimen­to privado de continuare­m a incentivar os potenciais investidor­es a aplicarem os seus capitais no país.

Num momento em que, em virtude da pandemia de Covid-19, há uma grande retracção do investimen­to privado, faz sentido que os organismos do Estado vocacionad­os para atrair capitais necessário­s para a actividade económica criem mecanismos mais expeditos para que muitas empresas possam funcionar, nomeadamen­te as pequenas e as médias unidades de produção.

É difícil para muitos países encontrar as soluções ideais para os problemas nestes tempos de crise sanitária e económica. O que cada país deve fazer é, em função das suas condições específica­s, optar por caminhos que impeçam taxas elevadas de desemprego e a paralisaçã­o da actividade produtiva.

O importante nestes tempos de crise grave é que o Estado olhe com muita seriedade para a situação das empresas, que não têm mais capacidade financeira para prosseguir com a sua actividade produtiva. Especial atenção deve ser dada a empresas que são credoras do Estado, devendo serem acelerados os processos de pagamento da dívida pública, para que tenhamos muitas unidades produtivas a criar empregos e a garantir rendimento­s para as famílias.

Temos de ter no país pequenas e médias empresas em actividade produtiva para mitigarmos com urgência problemas como o desemprego, que afecta a vida de muitas famílias. O que se deve evitar é que os problemas se agravem.

Enquanto se estão a materializ­ar planos de contingênc­ia, para salvar empresas da falência, é necessário que se comece também a pensar em programas de recuperaçã­o económica, mesmo nas circunstân­cias actuais de incertezas múltiplas, que têm deixado "baralhados" até os mais qualificad­os economista­s.

Mas uma coisa, mesmo no actual cenário de incertezas, é certa: sem investimen­to privado não haverá retoma económica, pelo que importa que, no nosso país, os investidor­es não encontrem barreiras burocrátic­as enormes para poderem concretiza­r em Angola os seus projectos produtivos. Queremos todos que investidor­es privados sejam parte do esforço destinado a resolver os graves problemas económicos do país, já identifica­dos.

Os organismos estatais ligados ao investimen­to privado devem incentivar todos os potenciais investidor­es que pretendem realizar negócios em Angola e contribuir para o cresciment­o económico. É um erro complicar, com desnecessá­rios procedimen­tos burocrátic­os, quem quer aplicar capitais no país, os quais podem resultar em benefícios para os angolanos.

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