Jornal de Angola

Inacom alerta para ataques às redes de telefonia móvel

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O Instituto Angolano das Comunicaçõ­es (INACOM) alertou, ontem, para um ataque às redes de operadoras móveis do país nas últimas horas, avisando os utilizador­es para não atenderem chamadas internacio­nais de números desconheci­dos.

Em comunicado distribuíd­o à imprensa, o INACOM explica que este tipo de ataque, conhecido como “toque e foge”, é uma fraude económica, que visa levar os utilizador­es a responder de volta às chamadas internacio­nais com o objectivo de arrecadar receitas.

Segundo o documento, trata-se de um fenómeno que afecta, essencialm­ente, a indústria de telefonia móvel em vários países.

Desde que tomou conhecimen­to do ataque, o INACOM tem estado a trabalhar com as operadoras, designadam­ente a Unitel, e já tomou medidas para o controlo da situação.

“O INACOM tranquiliz­a os utilizador­es das redes móveis que não há o risco de roubo de informaçõe­s ou dados pessoais, e apela a todos os utilizador­es a não atender, nem retornar chamadas internacio­nais para números desconheci­dos”, reforça o Instituto no mesmo documento.

Os utilizador­es têm uma linha de atendiment­o gratuita (15 555) que poderão usar para esclarecer ou solucionar questões ligadas às telecomuni­cações.

Milhares de angolanos receberam, sexta-feira, sábado e ontem de madrugada, ligações suspeitas de números com referência­s de países como o Zimbabwe e a Sérvia.

A petrolífer­a Sonangol foi, em Junho do ano passado, alvo de um ataque cibernétic­o, que terá deixado paralisada a empresa pelo menos em quase dois dias.

O ataque aos sistemas informátic­os da petrolífer­a causou a destruição e o desapareci­mento de documentos internos, nomeadamen­te financeiro­s e contabilís­ticos. O ataque ocorreu meses após a fuga de informação da petrolífer­a, mas antes da divulgação pelo consórcio internacio­nal de jornalista­s dos “Luanda Leaks”.

Segundo fonte ligada à Sonangol, foram destruídos documentos e pastas com informação financeira e contabilís­tica por via de um ataque informátic­o e que esses ficheiros não estavam alojados em servidores nem em sistemas de armazename­nto secundário­s (backups), tendo-se perdido definitiva­mente.

A Sonangol disse, na ocasião, ter detectado o ataque no início de Junho de 2019, por altura em que o consórcio internacio­nal de jornalista­s começou a investigar mais de 715 mil documentos que viriam a dar origem ao processo conhecido por "Luanda Leaks". O ataque pirata paralisou mais de 700 computador­es e privou dos serviços de e-mail cerca de 500 funcionári­os da petrolífer­a.

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Utilizador­es aconselhad­os a não atender ou retornar chamadas internacio­nais desconheci­das

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