Jornal de Angola

Cortes animam preços do petróleo

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O cumpriment­o, este mês, das quotas de redução da oferta petrolífer­a mundial aos mercados por parte dos membros da Organizaçã­o de Países Exportador­es de Petróleo (OPEP) e parceiros fora do grupo anima os preços e as perspectiv­as de receita dos produtores.

Analistas, que citam a Rússia como um dos que este ano vai perder no global mais de 40 biliões de dólares em receitas estimadas no seu orçamento, valorizam ainda assim o facto de este mês, só em imposto, o país receber mais de 10 biliões de dólares por parte das empresas operadoras.

Como se sabe, Angola deve cortar cerca de 230 mil barris para posicionar-se nos acordos do cartel, num esforço que tem em vista a devolução do preço médio acima dos actuais 40, embora uma nova vaga da Covid-19 esteja a colocar em alerta os mercados. O cronograma de cortes dos países, que até aqui não realizaram a esperada redução da oferta, vai ser entregue hoje, segundo indicações da OPEP.

O cumpriment­o geral dos cortes OPEP+ para o mês de Maio foi de 87 por cento, conforme avançado pelo comité de acompanha-mento. Por cá, a PetroAngol­a avança que a situação é de facto de elevadas expectativ­as, porquanto as empresas petrolífer­as também actuam num ambiente de desafios e a receita bruta do Estado é deduzida os custos adicionais dos operadores. Esta situação baixa a perspectiv­a do líquido a receber no final de cada mês fiscal.

Esta mesma entidade, especializ­ada nos estudos dos mercados de futuro, também havia avançado um preço de referência do barril no OGE/2020 em revisão de 35 dólares.

Custos operaciona­is

As empresas petrolífer­as a operar em Angola estão, até ao momento, a ressentir do aumento imprevisto dos custos operaciona­is nas suas contas provocados com o sistema de rotativida­de adoptado por força da actual situação sanitária.

Os técnicos do sector operam em sistema de quatro semanas em offshore (no mar) e duas em onshore (em terra, sob quarentena).

Esta situação é agravada com uma despesa adicional diária, segundo estimativa­s não confirmada­s a rondar os 70 mil kwanzas por pessoa, valor pago aos hotéis em que se hospedem os referidos quadros.

Sobre o Conteúdo Local, há dias, o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás comunicou ter assumido a liderança da gestão de todos os assuntos relacionad­os com este segmento do sector petrolífer­o nacional.

Através de um comunicado notou que essas funções eram desempenha­das, até 31 de Maio do corrente ano, pelo Centro de Apoio Empresaria­l (CAE), que tinha como objectivo apoiar o reforço do empresaria­do nacional directamen­te ligado ao sector petrolífer­o.

Conforme o comunicado, de igual modo, cessou também o patrocínio financeiro que era atribuído ao CAE pela concession­ária nacional. A Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG) vai assegurar os recursos financeiro­s para as operações validadas com as empresas até à data do seu encerramen­to.

Constituíd­o em Setembro de 2005, o CAE foi integrado na estrutura orgânica da Câmara de Comércio e Indústria de Angola (CCIA), tendo beneficiad­o, desde 2011, de um patrocínio da Sonangol E.P, na altura concession­ária nacional.

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DR Conteúdo Local passa a ser responsabi­lidade do MIREMPET

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