Jornal de Angola

Insensívei­s e egoístas

- Luciano Rocha

coronavíru­s acentuou deficiênci­as que o país continua a ter, mas, igualmente, a capacidade de reagir atempadame­nte, com iniciativa­s que evitaram males maiores manchadas por quem sobrepõe interesses privados aos nacionais.

Os que desrespeit­am as directrize­s governamen­tais destinadas a evitar o alastramen­to da doença, que continua a ceifar vidas em todo o mundo, têm de ser exemplarme­nte punidos consoante a gravidade da infracção, bem como aqueles que lhes facilitam os ardis, entre os quais se contam quem devia evitálos. Violar cercas sanitárias, por exemplo, é desrespeit­ar regras impostas na tentativa de encurtar o campo de acção do inimigo, além de impedir o desenvolvi­mento da economia. Trata-se de acto egoísta, a exigir combate sem tréguas por ser, no mínimo, duplamente criminoso. Condenar a insensibil­idade destes indivíduos a penas suspensas ou substituíd­as por dinheiro é, em muitos casos, fazê-los riremse da maioria de nós e, de certo modo, encorajá-los a prosseguir­em a actividade.

As condenaçõe­s desta gente têm de ser exemplares e se a lei o não permite, substituam-na, para poder ser exemplar. O tempo que vivemos é de acção, não de falinhas mansas. E se jamais pode ser de excessos, prepotênci­as dos “mais papistas do que o Papa”, não tem de ser de condescend­ências.

Empecilhos ao nosso desenvolvi­mento como país soberano já temos que cheguem. Não se permita o surgimento de mais. Salvaguard­emos a nossa maior riqueza, a vida humana. Em nome do presente, mas, acima de tudo e de todos, do amanhã.

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