Luanda e Cuanza-Norte vão continuar sem cultos
A evolução da pandemia da Covid-19 em Luanda e na província do Cuanza-Norte impede a reabertura das igrejas nestas duas regiões, devendo noutros pontos do país acontecer amanhã, conforme prevê o Decreto Presidencial sobre a Situação de Calamidade Pública.
A informação foi dada ontem, em Luanda, pela ministra da Saúde na habitual conferência de imprensa de actualização de dados da Covid-19.
Sílvia Lutucuta justificou tal medida com o facto de serem as duas províncias que registam, até à presente data, casos positivos e merecerem, por isso,uma “atenção especial”.
“Temos registado um aumento de casos consideráveis nas últimas semanas”, justificou a ministra.
Segundo o Decreto Presidencial sobre a Situação de Calamidade Pública, as igrejas reabrem amanhã com limitação de até 50 por cento da capacidade dos locais de culto, não superior a 150 pessoas.
As instituições religiosas poderão celebrar missas quatro dias por semana, devendo os restantes dias serem reservados à higienização dos locais de culto.
Deverão ser higienizadas as superfícies, as mãos à entrada dos locais de culto, uso obrigatório de máscara facial, distanciamento de, no mínimo, dois metros entre fiéis, ventilação constante dos espaços de culto e higienização obrigatória após cada celebração.
O Executivo determina ainda a não utilização ou distribuição de folhetos ou documentos, durante os cultos, e a colocação dos recipientes para oferta em locais de fácil acesso, entre outras medidas de prevenção e segurança.
Nas últimas 24 horas, o país registou mais três casos positivos, entre os quais um óbito, elevando-se para 186 o total de infecções.
Trata-se de dois cidadãos com idades compreendidas entre os dois e 66 anos.
Esclareceu que o primeiro e o segundo casos estão associados a uma criança assintomática de dois anos, contaminada por um homem de 36 anos com sintomas moderados.
A terceira infecção está relacionada com uma mulher de 66 anos admitida, na noite de domingo, no Hospital Militar, com agravamento do quadro respiratório e que terminou em óbito, três horas depois de ter dado entrada no banco de urgência.
A ministra da Saúde garantiu que foram tomadas todas as medidas de saúde pública em relação aos contactos destes três novos casos positivos.
Dos 186 casos acumulados, dez resultaram em óbitos, 77 estão recuperados e 99 activos.
Segundo a ministra da Saúde,o balanço do vínculo epidemiológico actual é de 57 casos importados, 120 de contaminação local e nove de origens ainda desconhecidas.
Nas últimas 24 horas, o Centro Integrado de Segurança Pública recebeu 73 chamadas, sendo 72 para pedidos de informação sobre a Covid-19 e uma denúncia de violação da Situação de Calamidade Pública.
Do ponto de vista laboratorial, disse a ministra, o país tem um acumulado de 20.140 colheitas, tendo sido processadas 186 amostras positivas, 16.530 negativas e as restantes estão em processamento.
A titular da pasta da Saúde informou ainda que estão em quarentena institucional 740 pessoas e ontem receberam alta dez cidadãos em Luanda e um em Cabinda.
Estão a ser investigados 515 casos suspeitos e 1.345 sob vigilância.