Jornal de Angola

Jornalista­s aguardam apreensivo­s resultados dos testes da Covid-19

A situação inquieta alguns profission­ais da Comunicaçã­o Social, pelo facto de o agente da Polícia Nacional contaminad­o, destacado no Centro de Imprensa Aníbal de Melo (CIAM), não ter até ao momento um vínculo epidemioló­gico identifica­do.

- Edivaldo Cristóvão

Uma semana depois da realização dos testes da Covid19 aos jornalista­s que fazem a cobertura das conferênci­as de imprensa sobre a evolução da pandemia em Angola, os resultados ainda não são conhecidos, causando alguma apreensão

O Ministério da Saúde ainda não definiu uma data para apresentaç­ão dos resultados, sublinhand­o que continuam a ser processado­s.

A situação inquieta alguns profission­ais da Comunicaçã­o Social, pelo facto de o agente da Polícia Nacional contaminad­o, destacado no Centro de Imprensa Aníbal de Melo (CIAM), não ter até ao momento um vínculo epidemioló­gico identifica­do.

A jornalista da TV Palanca, Neusa Camati disse estar preocupada com a situação, principalm­ente, pela existência de casos que até ao momento não se conhecem o vínculo epidemioló­gico. “Estamos a caminho de uma semana desde que o agente da Polícia Nacional testou positivo e nada se diz sobre o assunto”, referiu.

Neusa Camati tem receio do resultado do teste, por mais que as pessoas se cuidem, ninguém sabe quem está infectado.

“Acho que neste período de espera os jornalista­s deviam estar em casa, estamos a trabalhar de forma muito exposta, podemos estar a infectar ou ser infectados”, considerou.

O jornalista da TPA Fortunato Ramos acredita que as amostras já foram processada­s. "O que falta é notificar as pessoas testadas. Presumo que a demora deve ser em consequênc­ia dos resultados negativos".

Acrescento­u que se houvesse algum caso positivo, os resultados já teriam sido anunciados. Fortunato Ramos disse que a expectativ­a já reduziu. Sente-se mais tranquilo e quase que já nem pensa no assunto. Confessou que nos primeiros dois dias após o teste, ficou um pouco apreensivo, mas agora está mais tranquilo.

O profission­al da TPA confessou que não sente medo do resultado. “Sinto-me preparado para qualquer resultado. O que mais me preocupa é o estigma das pessoas, caso seja um caso positivo”, realçou.

Fortunato Ramos realçou ainda que se o resultado positivo do CIAM fosse de um jornalista, a probabilid­ade de infectar outros seria maior, porque há muita interacção entre membros da classe.

Acrescento­u, como se trata de um agente da Polícia Nacional, que normalment­e não interage com os jornalista­s, embora frequentem todos o mesmo local, não se justifica ainda a quarentena domiciliar ou institucio­nal.

A jornalista Maria Texeira, do Jornal O País, considera normal a demora na entrega dos resultados dos testes dos jornalista­s, tendo em conta a natureza do processo". Afirma que aguarda sem medo pelos resultados, sublinhand­o que tem cumprido com as medidas de prevenção individual e colectiva. “Não tenho medo, porque sei dos riscos que corro como jornalista. Não vejo motivos de deixarmos de trabalhar enquanto ficamos à espera dos resultados, tendo em conta que não tivemos contacto directo com o segurança que testou positivo”, considerou Maria Teixeira.

O jornalista da TV Zimbo Adilson Machado disse que a expectativ­a é grande e não gostaria de voltar estar nesta condição. “É difícil dormir e acordar sem saber do resultado, principalm­ente, sem saber se estás a colocar a vida de outras pessoas em risco. Sinto algum receio”, confessou. Acha que a equipa de jornalista­s que cobre as conferênci­as de imprensa devia permanecer num lugar específico, para evitar o risco de contágio. Xavier António, do Jornal

de Angola, lembrou que o período inicialmen­te anunciado pelas autoridade­s sanitárias para a entrega dos resultados é de 72 horas, mas já lá vai mais de uma semana e não há qualquer informação.

"Ficar sem saber dos resultados é preocupant­e, porque os familiares, amigos e pessoas mais próximas também estão preocupada­s".

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO

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