If no news, send fake news (* )
Muito do que se ouve sobre as fake news soa como uma espécie de analgésico para os problemas causados pela divulgação de falsas notícias em todo o Mundo
Quando se fala no assunto, o que mais se ouve é que se trata de uma prática muito antiga e que a expressão inglesa é usada desde o fim do século XIX, embora se tenha popularizado com o advento das redes sociais.
Políticos e seus assessores de imprensa são os mais citados e há um verdadeiro confronto entre partidos e até países, com acusações de parte a parte, que vão muito além das disputas ideológicas, chegando-se mesmo a falar em campanhas sistemáticas, patrocinadas por alguns Governos para desacreditar outros, com recurso à espionagem e a métodos e ferramentas de inteligência e contra-inteligência muito à frente dos usados durante a Guerra Fria.
Como a quererem desculpar-se desse tipo de conduta, muitos partidos, sobretudo, quando estão no Governo, apressam-se a espalhar
que resultam em tragédia, quando não são eles a criar factos e a envolverem nomes conhecidos do público e áreas sensíveis, como o desporto, a cultura e até a saúde.
As notícias falsas e a Covid-19
É o que se passa agora com a pandemia provocada pelo novo coronavírus, com os Estados Unidos da América, o Brasil e agora a União Europeia a acusarem a Rússia e a China de promoverem campanhas de desinformação para tentarem “minar o debate democrático”.
“Alguns terceiros países, nomeadamente a Rússia e a China, lançaram (...) campanhas de desinformação sobre a Covid-19 na UE e em todo o mundo, para minar o debate democrático, exacerbar a polarização da sociedade e melhorar a sua própria imagem”, refere um documento da UE, citado pela agência France Press.
Pelo meio, está a Organização Mundial da Saúde (OMS), acusada por Donald Trump de estar sob “controlo total” da China, país onde teve origem esta pandemia. Os EUA já cortaram com a instituição, a quem retiraram todo o financiamento.
Os EUA eram o maior financiador da entidade com um valor estimado em 450 milhões de dólares por ano, o equivalente a 15 por cento do seu orçamento total. A China contribuía até agora com cerca de 40 milhões. Jair Bolsonaro ameaçou que o Brasil pode seguir o caminho dos Estados Unidos.
A ONU apela à solidariedade e a um esforço “maciço” e combinado de todos os países para combater a pandemia da Covid-19, pois, “a maioria da população mundial permanece susceptível a esse vírus”.
No mesmo barco são metidas as plataformas das redes sociais que, na óptica de Bruxelas, “devem fazer mais para promover informações precisas sobre o vírus e limitar o conteúdo falso ou enganador”.
(* Se não houver notícias, envie notícias falsas)
Políticos e seus assessores de imprensa são os mais citados e há um verdadeiro confronto entre partidos e até países, com acusações de parte a parte, que vão muito além das disputas ideológicas