Métodos científicos
O facto de a imprensa internacional ter passado a usar com mais frequência o termo fake news desde a campanha para as eleições presidenciais nos EUA, que terminaram com a vitória de Donald Trump, e de ter sido ele o primeiro a usá-lo com veemência, leva muitos dos seus apoiantes a afastá-lo de qualquer armação nesse sentido.
Apanhada na contramão, a população mundial demora a reagir. Hesita entre aceitar o que ouve e lê e confirmar todos os factos, o que nem sempre é possível, até porque as fake news são produzidas por pessoas experientes e formadas. Além de especialistas em comunicação social e noutras áreas das ciências humanas e política, a divulgação de notícias falsas envolve hoje gente com outras valências, nomeadamente em informática.
Empresas são criadas com esse fim e os seus mentores agem no mercado como pessoas de bem. Têm as contas em dia e, tal como os lobbistas, frequentam ambientes requintados, têm óptimos relacionamentos e não se inibem nem se coíbem quando recebem ou dão palmadinhas nas costas.
As notícias falsas são divulgadas seguindo métodos científicos e a prévia avaliação das condições que levam à sua rápida disseminação, seja através do convencimento da população, que acaba por participar na fraude mesmo sem querer, seja pelo uso de combinações matemáticas.
Stephen Bates intitulou o seu livro, lançado em 1985, de “If No News, Send Rumors – Anedoctes of American Journalism” (Se não houver notícias, envie rumores – anedotas sobre o jornalismo americano, em tradução literal). Acreditamos que, nos dias de hoje, ele mudaria o título ou acrescentaria um parágrafo: “If No News, Send Fake News”.
As notícias falsas são divulgadas seguindo métodos científicos e a prévia avaliação das condições que levam à sua rápida disseminação, (...) através do convencimento da população